Conhecido por ser o espaço de diverso órgãos da gestão estadual do Ceará, o Centro Administrativo Governador Virgílio Távora guarda também um importante espaço de preservação da natureza: a Área de Relevante Interesse Ambiental (Arie) do Cambeba. Nela, estão instaladas trilhas e um recanto ecológico. A partir desta sexta-feira, 4, servidores públicos e moradores da região poderão usufruir de um espaço requalificado.
Limpeza e sinalização das trilhas, espaço de convivência com caramanchões, bancos e mesas de piquenique e um mini viveiro de mudas estão entre as melhorias realizadas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), em parceria com as secretarias de Educação (Seduc) e do Planejamento (Seplag).
O espaço está logo atrás do prédio da Seduc e surgiu a partir de esforços dos servidores da pasta. Lindalva Cruz, assessora técnica em educação ambiental da pasta, explica que o uso responsável da área vem sendo implementado e melhorado desde 2009. "O recanto ecológico existe desde 2012 e trouxemos, durante muito tempo, alunos, professores e gestores para adentrar esse espaço, realizar oficinais, trilhas, educação ambiental", conta.
Depois de dois pedidos de proteção legal da área,aArie do Cambeba foi criada em 2018, pelo decreto estadual nº 32.843.São 11,1 hectares de área e perímetro de 2,2 quilômetros, nos quais estão espécies de cerrado e tabuleiro como timbaúba, torém, macaúba e jenipapo.Na fauna, destacam-se o camaleão, cobra-cipó, jiboia e pica-pau branco.
"A ideia é retomar os trabalhos com os alunos e também que esse espaço sirva aos funcionários do Centro Administrativo e aos moradores da região como local de lazer e atividade física", completa Lindalva."A natureza é linda por si só. Vamos cuidar cada vez mais, ter zelo por essa natureza e fazer com que ela seja inspiração para nós. E, da forma como a gente respeita a natureza, respeitar também as pessoas", enfatiza Eliana Estrela, secretária da Educação.
Como Arie do Cambeba, as unidades de conservação desse tipo são áreas geralmente de pequena extensão com pouca ou nenhuma ocupação humana, abrigando espécies da biodiversidade regional. Seu objetivo é manter o ecossistema local e regular o uso da área de forma a conservar a natureza.
A unidade de conservação se mantém ao redor do riacho da Levada, cujo nascedouro é o sangradouro da Lagoa de Messejana e que deságua no Rio Cocó. Além do recanto ecológico, a área conta com trêstrilhas: a trilha principal, com 360 metros; a da Seduc, com 160 metros; e a da Mangueira, com 370 metros. Todas foram limpas, delimitadas e sinalizadas.
Conforme a Sema, o Ceará tem 107 áreas naturais protegidas, que somam cerca de 1,3 milhão de hectares – aproximadamente 9% do território cearense. Quatro em cada dez dessas áreas são estaduais, sendo o restante de responsabilidade federal, municipal ou privada.
Marcela Tosi / O POVO