Tombamento definitivo do prédio do Colégio Cearense é aprovado

Popularmente conhecido como Colégio Marista, hoje, o prédio abriga o Centro Universitário Estácio do Ceará - Campus Centro, na Av. Duque de Caxias, no Centro de Fortaleza
19:51 | 15 de fev de 2017 Autor: Joelma Leal
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O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias, 101, Centro de Fortaleza

O tombamento definitivo, em nível estadual, do prédio do Colégio Cearense, na avenida Duque de Caxias, 101, Centro de Fortaleza, foi aprovado nesta quarta-feira, 15/2, em reunião do Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio (Coepa). Na ocasião, a Coordenadoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Cophac), da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult), apresentou ao Conselho o parecer para tombamento definitivo do Colégio Cearense do Sagrado Coração, popularmente conhecido como Colégio Marista, onde atualmente funciona o Centro Universitário Estácio do Ceará - Campus Centro.


"Compreendemos a importância dada a esse imóvel, tanto pela qualidade da sua arquitetura, como também pela representação que possui na memória e na história da educação no Estado do Ceará", ressalta o coordenador de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secult, Alênio Carlos. O conjunto arquitetônico do Colégio Marista Cearense,
que teve suas obras iniciadas em 1910, terá realizada pelo governador do Estado sua inscrição no Livro de Tombo Histórico e Etnográfico, conforme Art 9º-a, da Lei Estadual Nº 13.465 de 5 de maio de 2004.

Parcerias e Plano de Educação Patrimonial -
"Nesse processo de tombamento, é importante destacar a contribuição da Secretaria da Cultura de Fortaleza (Secultfor) e do Centro Universitário Estácio do Ceará . A secretaria nos cedeu a utilização da instrução de tombamento do Colégio Marista, o que, para nós, foi fundamental. Esse fato demonstra que a política de patrimônio está mais integrada com os municípios. Já a Estácio tem participado também com a ajuda na elaboração da instrução de tombamento, guiada pela equipe da professora Clélia Monastério e seus alunos, e cedendo o espaço para reuniões do Coepa", destaca o coordenador de Patrimônio da Secult, Alênio Carlos.

O parecer para tombamento também se refere ao aspecto de patrimônio imaterial, sugerindo, em comum acordo com o Coepa, a elaboração do plano de educação patrimonial, a ser construído em diálogo com o
Centro Universitário Estácio do Ceará. "Ao considerarmos a educação como dimensão imaterial do bem tombado, estamos ressaltando a função educativa do monumento. Recomendamos que o plano de educação patrimonial seja pensado como um campo expandido, dialogando com o presente e qualificando iniciativas contemporâneas de educação patrimonial, de caráter participativo/colaborativo", explica Alênio.

A reitora do Centro Universitário Estácio do Ceará, Ana Flávia Chaves, ressalta que, em parceria com a Secult, a instituição desenvolverá um projeto que envolva múltiplas atividades e integração de pesquisadores. "Estamos pensando em um projeto que envolva não só a questão arquitetônica, mas o subjetivo e imaterial que está por trás desse colégio representa marco histórico na educação do Ceará. Vamos envolver pesquisadores, professores e alunos para que o projeto possa mostrar qual o impacto da educação do Colégio na história do ensino médio no Estado. Contar a história do prédio e o que aconteceu lá em termos de educação. Sabemos que grandes líderes políticos e outros profissionais de relevância tiveram origem no colégio", destaca.

Mais sobre o Colégio Cearense -
Os anos de 1913 e 1914 são colocados como anos de nascimento para as atividades do Colégio Cearense do Sagrado Coração, fundado pelos padres Missael Gomes, José Quinderé e Climério Chaves. Três anos depois a administração da escola foi repassada aos Irmãos Maristas, movimento religioso surgido na França em 1817, pelo então padre Marcelino Champagnat e trazido ao Brasil em 1897.

O conjunto edificado do qual é composto sofreu vários acréscimos e intervenções nestes mais de cem anos de existência sendo, porém, em sua maioria, reversíveis ou de fácil identificação.

A edificação original composta por uma volumetria em “U”, em dois pavimentos,
implantada no centro do lote, valorizava suas perspectivas e possibilitava a apreensão do seu formalismo eclético através dos consequentes recuos. O Corpo principal desta construção volta-se para o Norte, Av. Duque de Caxias, apresentando frontão central que marca o acesso principal e simetria nas fenestrações e composições formais destacadamente em estilo eclético, onde se destacam as balaustradas nas janelas do pavimento superior além da escultura de Cristo do Sagrado Coração e uma Cruz de Malta coroando a edificação.

A Capela, construída em 1926, alinhada e harmonizada formalmente ao corpo
edificado original. Destaca-se também em seu conjunto o bloco em arquitetura modernista, erguido em 1961, de salas de aula e alojamentos de sete pavimentos, concebido em arquitetura moderna.


Confira lista de bens tombados a nível federal, estadual e municipal.