Em 2019, um total de 55,8% dos domicílios no Ceará estava em situação de segurança alimentar (San), representando 1.632.902 domicílios. O Maciço de Baturité foi a região de planejamento que apresentou maior proporção de domicílios em San, com cerca de 57.219, o equivalente a 67,97% do total da região. É o que revela dados da primeira Pesquisa Regional por Amostras de Domicílios (Prad/Ceara) realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O trabalho fez um levantamento de informações socioeconômicas da população cearense, incluindo as das zonas urbana e rural e suas 14 regiões de planejamento.
O resultado verificado pela Prad/Ceará, inclusive, ficou bem próximo ao divulgado para o Estado pela Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE. Todos os números já podem ser conferidos no Prad Informe (nº 3 – Dezembro/2020) – Análise da (in)segurança alimentar do Ceará a partir dos dados da Prad/Ceará, publicado pelo Ipece. O trabalho é, na verdade, o terceiro de uma série, formada, inicialmente por três publicações (a primeira abordou notas metodológicas e a segunda o perfil demográfico do Ceará).
A Grande Fortaleza, de acordo com a pesquisa, foi a segunda região com maior proporção de domicílios na condição de segurança alimentar, equivalendo a 60,51% do total. Em seguida, surgem as regiões do Sertão de Sobral, com 59,49%; Cariri, com 59,29%; Litoral Norte (53,20%); Litoral Leste (52,56%); Centro Sul (51,93%); Litoral Oeste/Vale do Curu (51,73%) e Vale do Jaguaribe, com 50,23%. Já as as regiões com menos domicílios em SAN total foram o Sertão dos Crateús (31,60%); Sertão de Canindé (41,02%); Sertão Central (44,81%); Serra da Ibiapaba (46,34%) e Sertão dos Inhamuns (48,03%). Todas com percentuais inferiores a 50%.
No questionário da Prad/Ceará tem uma questão que não faz parte da metodologia da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), composta por 14 perguntas, mas, no entanto, está relacionada ao tema da segurança alimentar. Especificamente, trata-se da questão sobre o recebimento por algum morador do domicílio de cesta básica ou alimento. A pesquisa constata que mais de 90% dos domicílios não receberam alimentos ou cesta básica, sendo de 5,8% o total de residências que possuíram este tipo de assistência alimentar. Por regiões de planejamento, às que tiveram maiores percentuais de assistência foram: Sertão de Sobral (12,8%), Maciço de Baturité (11,1%) e Cariri (8,6%).
No Ceará como um todo foi identificado um percentual de 27,21% dos domicílios com insegurança alimentar leve, que corresponde a dimensão psicológica da insegurança alimentar, uma vez que nessa condição o indivíduo está preocupado com a possibilidade de que o alimento venha acabar antes que haja dinheiro para comprar mais mantimentos. Ao analisar a insegurança alimentar leve por região de planejamento, o estudo constatou que o Sertão Central possuía a maior proporção de domicílios (41,5%), vindo em seguida às regiões do Sertão do Crateús (39,8%); Sertão dos Inhamuns (38,5%); Serra da Ibiapaba (37,73%); Sertão de Canindé (34,08%); Centro Sul (33,21%); Litoral Leste (32,1%) e Sertão de Sobral (29,59%), todas elas com valor superior a média do Estado.
Com relação a insegurança alimentar moderada, que se refere a insegurança relativa ao comprometimento da qualidade da alimentação, mas sem restrição quantitativa, o Estado deteve 10,95% dos domicílios nesta condição. Por regiões de planejamento, as que apresentaram maiores percentuais foram: Sertão dos Crateús (20,67%); Vale do Jaguaribe (18,83%); Litoral Oeste/Vale do Curu (16,78%); Sertão de Canindé (13,92%) e Litoral Norte (11,45%), todas elas com valor superior a média do Estado.
Já quanto a insegurança alimentar grave, o Ceará registrou um percentual de 6,02% dos domicílios que possuem menores de 18 anos de idade nesta condição, a qual corresponde a situação em que a família passa por períodos concretos de restrição na disponibilidade de alimentos para seus membros (situação de fome). Às regiões com maiores percentuais foram o Litoral Norte (12,22%); Sertão de Canindé (10,97%); Litoral Oeste/Vale do Curu (10,68%); Sertão dos Crateús (7,93%) e Serra da Ibiapaba (6,59%).
Cliqueaqui para acessar o PRAD Informe – Nº 3 – Análise da (in)segurança alimentar do Ceará a partir dos dados da Pesquisa Regional por Amostra de Domicílios (PRAD-CE).