A Secretaria da Fazenda (Sefaz-CE) e o Ministério Público (MPCE) do Ceará deflagraram a Operação “Limbus”. Os alvos foram empresários que estariam se passando por microempreendedores individuais (MEIs) para sonegar impostos. Os prejuízos aos cofres públicos estaduais podem chegar a R$ 5 milhões com a sonegação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) só em 2020.
Foram expedidos sete mandados de busca e apreensão pela Vara de Crimes contra a Ordem Tributária da Comarca de Fortaleza, sendo quatro contra pessoas físicas e três contra pessoas jurídicas, todas da Capital. A Justiça também autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal dos alvos. Os mandados foram cumpridos pela Coordenadoria Integrada de Planejamento Operacional (Copol), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado (SSPDS).
A investigação realizada pelos membros do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (Gaesf) do MPCE foi iniciada em maio de 2021, a partir de relatório de inteligência da Secretaria da Fazenda dando conta de suposto esquema criminoso de evasão fiscal envolvendo contribuintes registrados como microempreendedores individuais com movimentação financeira bem superior ao limite anual de faturamento dos MEIs, que é de R$ 81 mil. No levantamento preliminar da Sefaz, foram identificadas dezenas de empresas cadastradas como MEIs com movimentação maior que R$ 500 mil em apenas um ano. Uma delas teve faturamento de R$ 4 milhões somente em 2020.
Em um dos esquemas investigados, a forma de burlar o Fisco ocorria pelo cadastro de várias empresas como MEIs, constituídas em CPF distintos, porém com a mesma razão social. Há indícios de que foram usados nomes de pessoas físicas para atuarem como “laranjas”.
O relatório da Sefaz que motivou a investigação do MPCE foi elaborado a partir do cruzamento de dados fiscais que revelou comportamento de movimentação de compra e venda incompatível com a capacidade financeira de microempreendedores individuais com atuação em Fortaleza.
Nessa fase da Operação Limbus, os alvos integram dois grupos empresariais distintos da Capital, um com atividade comercial de produtos sanitizantes e outro com atuação na venda de produtos eletrônicos.