O Ceará ampliou o rendimento médio domiciliarper capitaem 4,7 por cento, passando de R$ 788 em 2016 para R$ 825 em 2017, resultado bem superior ao índice do Nordeste no mesmo período, de 0,6 por cento (de R$ 800 para R$ 808), e mais ainda com relação ao do Brasil, que sofreu involução de 1,1 por cento. No entanto, apesar do excelente resultado do Ceará, o Estado, bem como o Nordeste, apresenta rendimento médio inferior ao nacional, que foi de R$ 1.285 em 2016 para R$ 1.271, em 2017. Os números estão no Ipece/Informe (nº 140) – dezembro/2018 – Renda, Pobreza e Desigualdade: o Atual Contexto da Economia Cearense, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado á Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado do Ceará.
Pelo critério do Programa Bolsa Família, enquanto o Brasil e o Nordeste tiveram aumento das taxas de extrema pobreza, respectivamente de 14 e 17,5 por cento, o Ceará reduziu em 3,6 por cento, passando de 8,4 por cento em 2016 para 8,1 por cento em 2017. O resultado é inferior à média do Nordeste, de 9,4 por cento, mas superior à média nacional, de 4,9 por cento. O estudo, que tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), elaborada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – o recorte temporal utilizado é de 2016 e 2017 é de autoria de Jimmy Lima de Oliveira, analista de Políticas Públicas, e Dércio Chaves de Assis, assessor Técnico da Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Ipece.
O trabalho mensurou a pobreza por dois critérios distintos: o primeiro pelo percentual de pessoas em situação de extrema pobreza para o Ceará, o Nordeste e o Brasil, com base em uma linha de extrema pobreza de R$ 70 com valores deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para Reais de 2017. O segundo pelo percentual de pessoas em extrema pobreza pelo critério do Programa Bolsa Família, sem a realização do deflacionamento do valor da linha de pobreza. No período 2016-2017, as unidades geográficas em análise aumentaram suas taxas de extrema pobreza. Com destaque para a região Nordeste, que ampliou sua taxa em 21,7 por cento, partindo de 9,2 por cento de extremamente pobres em 2016 para 11,2 por cento em 2017. O Ceará, nesse mesmo período, passou de 9,6 por cento para 9,9 por cento.
Entre 2016 e 2017 foi observado, ainda, que o crescimento da renda média no Estado foi maior para a população que apresenta maiores níveis de rendimento, esse grupo geralmente é composto pelos indivíduos que detêm maiores níveis de escolaridade. No Ceará, nesse período, a renda domiciliar per capita dos 10 por cento mais ricos cresceu (4,9 por cento) consideravelmente, ao passo que a renda dos 10% mais pobres reduziu (-0,7 por cento). Por fim, destaca- se o nono decil da população que exibiu a maior taxa de crescimento da renda, aproximadamente 9,4 por cento.
Com base em uma linha de pobreza de R$ 140, entre os anos de 2016 e 2017, o Brasil expôs um aumento da pobreza de 7,8 por cento, movimento acompanhado pela região Nordeste, com 6,5 por cento. Por outro lado, o Ceará reduziu a pobreza em 1 por cento nesse período, passando de 20,1 por cento para 19,9 por cento, o percentual de pessoas em situação de pobreza no Estado. Desse modo, entre 2016 e 2017 o Ceará passou a ter uma proporção de pobres inferior ao Nordeste, mas ainda com valores superiores a média nacional. No Brasil, em 2017, cerca de 11,1 por cento da população era considerada pobre com base nesse critério.