Produção industrial cai 15,5% em março no Ceará, queda mais intensa do País

Ceará (-15,5%), Rio Grande do Sul (-7,3%) e Bahia (-6,2%) registraram as quedas mais intensas
21:04 | 11 de maio de 2021 Autor: Joelma Leal

A indústria cearense teve um recuo de -15,5% na passagem de fevereiro para março. Em fevereiro a variação havia sido de -6,9%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação foi de 9,9%. No ano, a produção industrial acumula alta de 6,5% e nos últimos 12 meses acumula recuo de -4,4%.

A produção industrial recuou em nove dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM Regional), na passagem de fevereiro para março. O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ceará (-15,5%), Rio Grande do Sul (-7,3%) e Bahia (-6,2%) registraram as quedas mais intensas.


No Ceará, foi a queda mais intensa registrada desde abril de 2020, quando havia caído 35,2%. “A queda tem influência direta do comportamento dos setores de couros, artigos para viagens, calçados, além do setor de bebidas”, analisa o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida. A Bahia teve a terceira taxa negativa consecutiva, com perda acumulada de 22,6% no período.

Já na indústria gaúcha, o setor de veículos e o setor outros produtos químicos tiveram os maiores impactos negativos, levando o estado à segunda queda consecutiva, com perda acumulada de 9,2%. Também é a queda mais intensa desde abril de 2020 (21,4%).

Para Bernardo, esse comportamento reflete o recrudescimento das medidas restritivas por conta do avanço da pandemia da Covid-19 no país. “É um impacto direto da pandemia na atividade industrial”, conclui. Rio de Janeiro (-4,7%), Região Nordeste (-4,2%) e Pernambuco (-2,8%) também registraram recuos mais intensos do que a média nacional (-2,4%), enquanto Mato Grosso (-2,0%), Santa Catarina (-1,0%) e Paraná (-1,0%) completaram o conjunto de locais com índices negativos em março.

Em relação a março de 2020, a indústria cresceu 9,9% no Ceará

No comparativo com mesmo mês do ano anterior, destacaram-se a fabricação de produtos têxteis (66,2%) e a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (48,5%). Por outro lado, recuaram a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (-23,7%), fabricação de produtos alimentícios (-17,3%), fabricação de outros produtos químicos (-17,3%) e a metalurgia (-10,1%).

Sobre a pesquisa

A PIM Regional produz, desde a década de 1970, indicadores de curto prazo relativos ao comportamento do produto real das indústrias extrativa e de transformação. Traz, mensalmente, índices para 14 unidades da federação cuja participação é de, no mínimo, 1% no total do valor da transformação industrial nacional e, também para o Nordeste como um todo: Amazonas, Pará, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Região Nordeste.