Prefeitura inicia segunda fase da pesquisa sobre o impacto do coronavírus em Fortaleza

Serão realizados mais 3.300 exames em domicílio para a detecção da Covid-19
23:41 | 14 de jul de 2020 Autor: Joelma Leal
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Nesta fase, além dos testes rápidos, também será incluído o RT-PCR, ou exame SWAB, que faz a coleta nasal do paciente

A Prefeitura de Fortaleza iniciou, em parceria com o Governo do Estado, a segunda fase da pesquisa de soroprevalência na Capital. O intuito é ampliar o controle epidemiológico no Município, orientando as políticas públicas de prevenção e combate à Covid-19 a partir da estimativa proporção da população que já possui anticorpos contra o vírus e a disseminação do atual quadro pandêmico.

Nesta segunda etapa, assim como na primeira, serão realizados mais 3.300 exames em domicílio para a detecção da Covid-19. Porém, além dos testes rápidos, também será incluído o RT-PCR, ou exame SWAB, que faz a coleta nasal do paciente. Por meio da detecção de anticorpos na população, torna-se possível mensurar, em três etapas distintas, os impactos causados pelo novo coronavírus na Cidade.

Conforme o gerente da Célula de Atenção Primária Municipal, Erlemus Soares, as residências participantes são selecionadas aleatoriamente, seguindo a metodologia do estudo. O morador a ser testado será sorteado entre os presentes. No caso de pessoas com menos de 18 anos e de incapazes, os testes acontecerão mediante autorização dos pais ou do responsável.

“O exame não é restrito para quem possui sintomas no momento da pesquisa, e é feito aleatoriamente por meio de sorteio. Caso confirme positivamente, entraremos em contato com o paciente por meio das nossas unidades básicas de saúde”, explica.

Além disso, ele ressalta que o teste RT-PCR possui maior precisão sobre a amostra de pessoas com circulação viral em Fortaleza, e por isso possibilitará uma amostra mais fidedigna para a pesquisa. “Diferente do teste rápido, que sai em 15 minutos, o resultado não sai na hora, o exame é encaminhado ao Laboratório Central (Lacen) e fica pronto dentro de alguns dias”, completa.

A iniciativa é uma parceria entre a Prefeitura de Fortaleza, o Governo do Estado do Ceará e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e o estudo é executado pelo Instituto Opnus.

Como reconhecer o pesquisador

De acordo com a secretária da saúde Joana Maciel, mais de 200 pesquisadores, entre enfermeiros e estudantes universitários, foram capacitados, nos dias 6 e 7 de julho para a realização da pesquisa. Além da aplicação dos testes, os profissionais são orientados sobre medidas de segurança.

Os pesquisadores, devidamente paramentados com todos os equipamentos de proteção individual (EPIs), portarão crachá de identificação, panfleto informativo da pesquisa, além de termo de consentimento para a participação. “Nós esperamos, mais uma vez, contar com a colaboração de todos para que a gente possa entender a circulação viral da Covid-19 no município de Fortaleza”, enfatizou a secretária.

Conforme Erlemus Soares, na primeira fase, a principal dificuldade dos pesquisadores foram as fake news, que geraram resistência para que a população aceitasse receber as equipes. "A gente pede que as pessoas verifiquem o crachá com nome, CPF e dois números de telefone, e se tiverem dúvidas liguem para checar se realmente é um profissional do Município de Fortaleza", explica.

Além dos pesquisadores, fazem parte da equipe de apoio o agente comunitário de saúde já conhecido pelo território e o supervisor de campo, que circula dentro dos setores censitários.

Testes

Durante a visita, será aplicado questionário com informações relacionadas ao sexo, idade, escolaridade e condições de saúde do morador submetido ao exame. No ato, será realizado o teste rápido, com coleta de sangue, cujo resultado é liberado em 15 minutos, como também o teste RT-PCR que coleta amostra por meio de swab (cotonete) da mucosa nasofaringe (nariz e garganta), nesta modalidade o resultado não é imediato.

Primeira fase

A primeira fase da testagem, realizada entre 2 e 15 de junho, contemplou as primeiras 3.300 pessoas e estimou que 370 mil (14,2%) fortalezenses já têm anticorpos contra a Covid-19. As Regionais I, III e VI de Fortaleza apresentaram a maior incidência de casos.