Pesquisa mostra perpetuação da violência doméstica entre gerações

A pesquisa é realizada pela UFC, em parceria com o Instituto Maria da Penha e o Institute for Advanced Study in Toulouse
16:02 | 22 de nov de 2017 Autor: Anuário do Ceará
imagem da interna

O terceiro relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF) será divulgado nesta quinta-feira, 23, em Brasília, durante evento promovido pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres.

A pesquisa é realizada pela Universidade Federal do Ceará, em parceria com o Instituto Maria da Penha e o Institute for Advanced Study in Toulouse. Um dos apontamentos mais alarmantes dessa terceira etapa é sobre a transmissão da violência entre gerações.

Quatro em cada 10 mulheres
que cresceram em um lar violento disseram sofrer o mesmo tipo de violência na vida adulta, ou seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar. A chamada transmissão intergeracional de violência doméstica (TIVD) é definida como um mecanismo de perpetuação do problema, que, segundo os estudos, sugere maior incidência em lares onde a mulher, seu parceiro ou ambos estiveram expostos à agressão na infância.

O mesmo percentual (4 em cada 10 mulheres) também surge em relação ao impacto no comportamento masculino, revelando que parceiros que cresceram em um lar violento também cometeram agressões contra suas parceiras.

Dados

Segundo a pesquisa, 1 em cada 5 mulheres teve contato com algum tipo de violência doméstica na infância ou na adolescência; 23% afirmaram ter lembranças da mãe sendo agredida e 13% sabem que a mãe do parceiro também sofreu algum tipo de agressão.

O estudo sugere que crianças expostas à violência doméstica têm maior probabilidade de sofrer agressões em relações afetivas ao longo de suas vidas adultas.

Violência durante a gestação –
Outros dados apresentados pelo estudo revelam os percentuais da violência doméstica contra gestantes. Segundo a pesquisa, essa é a realidade para 6,2% das mulheres entrevistadas que já engravidaram. As cidades de
Natal, Salvador, Recife e Fortaleza
apresentam taxas maiores que a média.



Agência Brasil