Pesquisa avalia situação de doenças crônicas e saúde bucal no Ceará

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) geram elevado número de mortes prematuras, entre 30 3 69 anos de idade
15:57 | 18 de nov de 2020 Autor: Anuário do Ceará

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 que avalia as doenças crônicas e de saúde bucal no Ceará. A pesquisa completa pode ser conferida no site do IBGE.

De acordo com a PNS as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) geram elevado número de mortes prematuras, entre 30 3 69 anos de idade. Essas doenças repercutem diretamente na qualidade de vida das pessoas e geram impacto econômico para a sociedade e os sistemas de saúde.

As DCNT podem acometer pessoas por vários fatores, entre eles, o tabagismo, a prática de atividade física insuficiente, a alimentação inadequada, a obesidade e o consumo de álcool.

De acordo com a pesquisa, as mulheres tem mais hipertensão arterial (pressão alta) que homens. É uma doença de alta prevalência, em especial, nos países de baixa e média renda, como o Brasil. É um importante fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças cardiovasculares.

A proporção de indivíduos de 18 anos ou mais que referiram diagnóstico de hipertensão arterial no Ceará foi de 21,3%, o que corresponde a 1,4 milhão de pessoas. No Nordeste, o Ceará é o segundo com menor percentual de pessoas com essa doença.

Em relação às características sociodemográficas, observou-se uma maior proporção de mulheres que referiram diagnóstico médico de hipertensão arterial (24,9%), relativamente aos homens (17,1%). A proporção de pessoas que referiram este diagnóstico aumentava com a idade: enquanto dentre as pessoas de 30 a 59 anos, 17%, e dentre as de 60 a 64 anos, 47,8%, 52,3% entre as pessoas de 65 a 74 anos e 59,0% entre a população com 75 anos ou mais de idade.

Em 2019, 75% dos hipertensos afirmaram receber assistência médica no período, no Ceará. O Estado é o sexto com maior percentual do País, o primeiro foi o Piauí (80,2%).
Dentre os indivíduos de 18 anos ou mais de idade que referiram diagnóstico médico de hipertensão, a proporção daqueles que receberam assistência médica nos últimos 12

meses foi maior entre as mulheres (77%) relativamente aos homens (73,5%).

Ceará é o 5º estado do País com maior proporção de pessoas com diabetes

O diabetes mellitus é considerado uma epidemia no mundo todo e acarreta complexos desafios aos sistemas de saúde. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no ano de 2014, mais de 422 milhões de pessoas no mundo possuíam diabetes.

Em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde estimou que no Ceará 8,5% da população de 18 anos ou mais de idade referiram diagnóstico médico de diabetes, o equivalente a um contingente de 580 mil pessoas. O Estado é o quinto com maior proporção nesse indicador, o Rio de Janeiro é o primeiro, com 9,3%.

Saúde Bucal

A saúde bucal da população tem reflexo na saúde integral e na qualidade de vida do indivíduo – logo, com reflexos na sociedade. A saúde bucal pode ser garantida por meio da prevenção, especialmente de bons hábitos de escovação e visitas regulares ao consultório odontológico, uma vez que a maioria dos problemas de saúde bucal é evitável e pode ser tratada em seus estágios iniciais.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças bucais representam um grande ponto de atenção para a saúde de muitos países e afetam as pessoas ao longo da vida, causando dor, desconforto, desfiguração e até morte.

Essas doenças compartilham fatores de risco comuns com outras doenças não transmissíveis importantes. Estima-se que as doenças bucais afetem cerca de 3,5 bilhões de pessoas no mundo – ou seja, quase metade da população mundial.

Para investigar informações acerca da situação da saúde bucal (dentes e gengivas) da população brasileira, a PNS 2019 entrevistou pessoas de 18 anos ou mais de idade.

Mais de 88% da população cearense escova os dentes pelo menos duas vezes ao dia No Ceará, em 2019, as estimativas apontam que a proporção de pessoas de 18 anos ou mais de idade que escovava os dentes pelo menos duas vezes por dia chegou a 88,2% (6,0 milhões). As estimativas foram maiores entre as mulheres (89,7%) que entre

os homens (86,4%) em relação ao hábito de escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia.

Observou-se que a partir de 30 anos de idade a proporção de pessoas que mantinham tal hábito decrescia a medida que aumentava a faixa etária. Em 2019, 96,5% do grupo de pessoas de 30 a 39 anos escovavam os dentes pelo menos duas vezes por dia, ao passo que entre a população idosa este percentual estimado foi 70,7%.

O comportamento inverso foi encontrado na análise por nível de instrução, onde se observaram acréscimos na proporção de pessoas com este mesmo hábito, conforme mais avançado era seu nível de instrução: 79,7% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto tinham o hábito de escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, ao passo que no conjunto de pessoas com nível superior completo, o hábito foi reportado por quase a totalidade: 96,9%.

A proporção de pessoas com 18 anos ou mais de idade que usavam escova de dentes, pasta de dente e fio dental para a limpeza dos dentes era 41,3%. Entre os homens foi de 36,9% e, entre as mulheres, 45,1%. A diferença foi mais expressiva na comparação entre os níveis de instrução: 20,0% das pessoas sem instrução ou com fundamental incompleto tinham esse hábito, enquanto, entre as pessoas com nível superior completo, esse percentual foi de 75,3%.

No Ceará, em 2019, 63,8% das pessoas de 18 anos ou mais de idade avaliaram a sua saúde bucal como boa ou muito boa. Entre os homens, esse percentual foi de 61,9% e entre as mulheres, 65,4%. No recorte por rendimento a proporção de pessoas que consideram a saúde bucal boa ou muito boa cresce com a renda.


Com IBGE