Reaberto ao público em setembro, com a exposição de longa duração Vaqueiros renovada, o Museu da Cultura Cearense (MCC), equipamento da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult) que integra o Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, gerido em parceria com o Instituto Dragão do Mar, recebe nova exposição.
O piso intermediário do MCC, além de outros espaços na área dos Museus, como a fachada da entrada principal, por exemplo, serão ocupados por obras da mostra “Penso que ainda posso encontrar lugares sem nome”, do artista cearense Haroldo Saboia.
A exposição abre para a visitação do público a partir desta quinta-feira, às 9h30min, e segue o horário habitual do museu, com acesso gratuito. No sábado, às 9h30min, o artista estará presente na mostra para receber os visitantes.
Com curadoria e texto de Júlio Martins, a exposição reúne trabalhos individuais, além de colaborações com outros artistas, que exprimem notações, versos e trilhas desdobrados em suportes diversos, como filmes, fotografias, bandeiras e textos, dentre outros, que remetem a noções de afeto e alteridade.
A exposição, homônima a uma das obras que compõem o conjunto, traz imagens de trilhas, caminhos e percursos para elaborar processos históricos, subjetivos e afetivos, construindo um atravessamento de tempos. Este entrelaçamento e as elaborações que vêm dele podem movimentar processos de cura, de reparação e tomada subjetiva.
Entre as obras, o ensaio “Na medida em que caminho” (2017), um plano sequência de 15 minutos, mesmo tempo em que o viajante do vídeo leva para subir a paisagem montanhosa, discute nome, formas de nomeação e a relação entre paisagem e as palavras que lhe nomeiam, no momento de suspensão das viagens, entre um ponto e outro do mapa que não possui nome.
Em “De conversa em conversa” (2017-2020), filme realizado em parceria com os artistas e músicos Rogério Martins e Guilherme Valério, os criadores questionam do que é feita uma conversa. Na produção audiovisual, dois instrumentistas negros iniciam um diálogo improvisado. A montagem fragmentada denota variações, desacertos, falhas, mal-entendidos e lapsos que compõem um diálogo, uma relação, e, com isso, o esforço de escuta e um exercício de alteridade.
Representando a ideia dos estandartes, faixas de anúncio e cartazes em manifestações, “Oráculo Popular” (2019) reúne bandeiras com 20 trechos de versos da música popular brasileira que trazem expressões em primeira pessoa, uma pesquisa que destaca o valor da oralidade e o poder da palavra que emana do saber popular.
A exposição seguirá em cartaz até 9 de janeiro de 2022, podendo ser visitada gratuitamente de quarta a domingo, das 9h30min às 12h30min (acesso até às 12 horas) e das 14h30min às 17h30min (acesso até às 17 horas).