A Fundação Bloomberg anunciou que a Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global terá uma nova etapa, com duração de seis anos e início ainda em 2020 na qual Fortaleza foi confirmada para participar na condição de “Cidade Mentora”, facilitando o compartilhamento da experiência dos últimos cinco anos. O anúncio foi feito em Estocolmo, capital da Suécia, na véspera da 3ª Conferência Ministerial Global sobre Segurança Viária, organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo governo sueco.
De acordo com a fundação filantrópica do ex-prefeito de Nova Iorque, a nova fase da Iniciativa Bloomberg procura salvar mais 600 mil vidas e evitar até 22 milhões de feridos em todo o Globo, com um investimento total de US$ 240 milhões entre 2020 e 2025. Espera-se que o reinvestimento de seis anos na Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global duplique seu impacto até hoje. O reinvestimento também inclui uma nova competição de prêmios para destacar os países de baixa e média renda que fizeram um progresso exemplar na segurança viária. Desde 2007, a Iniciativa salvou cerca de 312 mil vidas e evitou até 11,5 milhões de feridos.
As lesões no trânsito são a 8ª principal causa de morte em todo o mundo e o número um em mortes de pessoas entre 5 e 29 anos. Mais de 1,35 milhão de pessoas morrem e até 50 milhões são gravemente feridas em acidentes de trânsito a cada ano. Além disso, as perdas econômicas são impressionantes - um relatório recém divulgado pelo Banco Mundial descobriu que reduzir pela metade as mortes e feridos no trânsito poderia adicionar 7-22% ao PIB per capita em cinco países selecionados de baixa e média renda nos próximos 24 anos.
A política de segurança viária da Prefeitura de Fortaleza é apoiada desde 2015 pela Iniciativa Bloomberg com consultoria e apoio técnico nas áreas de dados, fiscalização, comunicação e desenho urbano. Além do reconhecimento com a nova posição dentro do projeto, na condição de mentoria, Fortaleza deve compartilhar experiências com novas cidades que se juntam ao projeto na região nordeste do Brasil e também na América Latina.
Ao todo 30 cidades participam da nova etapa e entre elas estão: Accra, Adis Abeba, Bengaluru, Bogotá, Buenos Aires, Guadalajara, Hanói, Cidade de Ho Chi Minh, Kampala, Kumasi, Mumbai, Nova Délhi, São Paulo, Salvador e Recife. Nesta fase também se juntam governos nacionais que incluem Argentina, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Equador, Etiópia, Gana, Índia, Malásia, México, Uganda e Vietnã.
Em 2019, foram registrados 7,4 óbitos por 100 mil habitantes em Fortaleza. Em 2010, o índice era de 14,9. Uma diminuição de 50,3%. Esse é o principal indicador utilizado pela OMS para comparar o progresso na prevenção de mortes no trânsito entre cidades e países. De acordo com balanço da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), 197 pessoas morreram em 2019, representando o menor número já registrado desde que os dados passaram a ser sistematizados em 2000. A estatística reduziu pela quinta vez consecutiva desde 2014 quando foram contabilizadas 377 mortes. Entre 2014 e 2019, a estimativa é que cerca de 578 vidas tenham sido salvas.