Entre 2010 a 2015 ocorreu queda na desigualdade de renda entre as regiões do semiárido, onde estão 175 dos 184 municípios cearenses, e aqueles que estão fora do semiárido, que são apenas nove, todos pertencentes a Região metropolitana de Fortaleza (Aquiraz, Eusébio, Fortaleza, Itaitinga, Maracanaú, Pacatuba, Paracuru, Paraipaba e Pindoretama). O Produto interno Bruto (PIB) per capita fora da região do semiárido, em 2010, era de R$ 15.179, e dentro do semiárido totaliza R$ 6.262, ou seja, uma diferença de 142,4 por cento, o equivalente a 2,42 vezes maior. Já em 2015, respectivamente, os valores passaram a ser de R$ 22.939 e de R$ 10.153, significando uma queda de 125,9 por cento.
Os dados estão no Ipece Informe (nº 132) – Junho/2018 – Principais Mudanças no PIB municipal a partir da análise da distribuição dentro e fora do semiárido cearense (2010/2015). O estudo, publicado pelo Instituto de pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), órgão vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado, apresenta as principais mudanças no PIB municipal a partir da análise da distribuição dentro e fora do semiárido cearense. Foram coletados dados no IBGE sobre o valor adicionado bruto total e por atividades, o valor do produto interno bruto e da população residente para o período de 2010 a 2015.
De acordo com o analista de Políticas Públicas do Ipece, Alexsandre Lira Cavalcante, um dos autores do trabalho, juntamente com o também analista de Políticas Públicas Cleyber de Medeiros, ambos do Instituto, e Deusimar Lira Cavalcante Filho, Mestrando – MAER/UFC, a renda gerada na economia do Estado ainda está concentrada nos municípios fora da região do Semiárido, refletindo uma desigualdade social entre as duas regiões. Ele observa que o baixo valor do PIB per capita no conjunto dos municípios que formam a região do semiárido cearense comparativamente a região fora do semiárido do Ceará pode, em parte, ser explicada pela menor participação em atividades que mais adicionam valor e, principalmente, pelo maior contingente populacional e em menor proporção a desigualdade no pagamento de impostos.
O Analista de Políticas Públicas do Ipece afirma que, enquanto o conjunto dos 175 municípios que formam a região do semiárido cearense concentra a sua produção especialmente nas atividades de Agropecuária (93,9 por cento) e Administração pública (64,4 por cento), apresentando um contingente populacional de quase 2/3 do Ceará, os nove municípios fora da região do semiárido do Estado concentram sua produção nas atividades que mais adiciona valor à produção, a exemplo de serviços (63,9 por cento) e indústria (59,6 por cento), possuindo um contingente de 35,4 por cento do Ceará.