O complexo metalomecânico (CMM) do Ceará participou, em 2018, com 19,1% do Valor de Transformação Industrial (VTI) da indústria de transformação local (em 2014 a participação era de 9,2%), gerando 8,8 % dos empregos (18,9 mil dos 214,5 mil da indústria de transformação) e possuindo 14,9 % (777) das unidades produtivas (5.227), se colocando como um dos complexos mais importantes da economia cearense.
O VTI é a diferença entre o valor bruto da produção e os custos das operações, ou seja, é o “faturamento da indústria”. Os números – e muitos outros – estão na edição especial do Ipece/Informe (nº 206 – fevereiro/2022) – Estudo dos setores produtivos: o Complexo Industrial Metalomecânico no Ceará, que acaba de ser lançado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).
De acordo com o autor do estudo, o assessor técnico Eugênio Pacelli, considerando o indicador VTI do complexo (metalurgia, produtos de metal, máquina e equipamentos, veículos automotores, outros equipamentos de transporte e manutenção e instalação), a atividade industrial com maior participação, em 2018, foi a Metalurgia básica, com 74%. A atividade empregava 28% da força de trabalho do complexo metalomecânico e contava com apenas seis das unidades produtivas. “Importante destacar que a evolução da atividade industrial da Metalurgia, no Estado, ocorreu no setor siderúrgico a partir de 2016, com o início das operações da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP)” – frisa.
A maior concentração, no que diz respeito ao numero de empresas instaladas e à geração de vagas de trabalho, foi registrada na atividade industrial Fabricação de produtos de metal, com percentuais de 46% e 34%, respectivamente. A atividade industrial de serviços de Manutenção e instalação de plantas industriais, juntamente com a atividade industrial de Fabricação de produtos de metal, representavam 74% das empresas ativas, 51% do pessoal ocupado e 16% do VTI do Complexo Industrial Metalomecânico cearense.
Os empreendimentos implantados na região nos últimos anos, como os relacionados à siderurgia, biodiesel, energia eólica, automobilístico, refinaria de petróleo e gás, entre outros, representam, segundo Pacelli, uma boa oportunidade de negócios para as empresas que fornecem produtos de metal, o que pode fortalecer o complexo Metalomecânico da região. “A expectativa é a de que o Estado que implantar um polo Metalomecânico, oferecendo como âncora uma siderurgia integrada com a produção de aços laminados planos, ocupe maior destaque neste mercado” – ressalta.
De acordo com o Ipece, o Ceará, que já tem em operação a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) na produção de aço bruto para exportação, tem fortes fatores de atração, como a vocação exportadora da ZPE acoplada ao terminal do porto do Pecém, além da integração com a Ferrovia Transnordestina, mostrando seu potencial logístico. Com esses fatores, o Estado poderia atrair laminadoras de aços planos. A implantação de uma usina de laminados planos pode vir a fortalecer esse complexo na economia cearense.