A fim de firmar parcerias estratégicas para o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e ambiental do Estado, o projeto “HUB de Hidrogênio Verde Pecém – Ceará”, lançado em fevereiro deste ano pelo Governo do Ceará, Complexo do Pecém (CIPP S/A), Federação das Indústrias do Estado (Fiec) e Universidade Federal do Ceará (UFC), tem atraído empresas interessadas em atuar na cadeia de valor do Hidrogênio Verde, que abrange desde a geração de energia renovável à produção de hidrogênio verde e derivados, armazenamento, distribuição e consumo, inclusive para exportação.
Uma dessas empresas é a White Martins, que assinou um Memorando de Entendimento (MoU, na sigla em inglês) com o Complexo do Pecém este mês para oficializar seu interesse em participar do HUB de Hidrogênio Verde. A parceria pretende estabelecer e desenvolver as potencialidades da produção local, voltada prioritariamente à exportação para a Europa. Com a assinatura do MoU, o Complexo do Pecém prestará o suporte para mapear novas oportunidades de negócios para a produção e o fornecimento de Hidrogênio Verde pela White Martins.
Por meio desta iniciativa, o governo cearense vai intensificar a produção de Hidrogênio, a partir de fontes de energias renováveis, para promover o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e ambiental do Estado, fomentando o seu uso na indústria e no transporte. Além disso, a meta é tornar o Ceará um fornecedor global de H2V, contribuindo assim com a redução dos níveis globais de Dióxido de Carbono (CO2).
O Complexo do Pecém tem como seus acionistas o Governo do Ceará (70%) e o Porto de Roterdã (30%), parceria que traz uma vantagem competitiva ao projeto, pois o Porto de Roterdã está trabalhando com vários parceiros para o desenvolvimento de uma rede de hidrogênio em grande escala em seu complexo portuário, com a intenção de transformar o Porto de Roterdã em um “Hub” internacional de produção, importação, aplicação e transporte de hidrogênio para a Europa. Assim, o projeto a ser desenvolvido entre a White Martins, seus parceiros e o Complexo do Pecém poderá ter o Porto de Roterdã como o porto de entrada na Europa.
Além disso, o Complexo do Pecém tem localização privilegiada conectada às principais rotas marítimas que ligam à Europa e aos Estados Unidos, assim como um custo logístico competitivo pela proximidade aos mercados, o que representa um diferencial no custo total do H2V. Possui, ainda, área disponível e a infraestrutura industrial e portuária necessária, além dos benefícios tributários de ZPE, o que pode representar uma relevante redução no opex e capex do possível investidor.
O Complexo do Pecém possui, também, uma rede elétrica robusta, com infraestrutura de linhas de transmissão compatível com as demandas das usinas de eletrólise; rede de distribuição de gás que conecta o complexo, que pode ser utilizada para o transporte de H2V entre áreas de produção e consumo industrial; e indústrias já instaladas, potenciais consumidoras de Hidrogênio Verde.
O potencial mercado interno de Hidrogênio Verde a ser desenvolvido no Complexo do Pecém, inclusive, conta com empresas já instaladas dos setores de aço, fertilizantes, cimento, mineração e ainda a Companhia de Gás do Ceará (Cegás).
O Estado do Ceará oferece alto potencial para energia eólica onshore (94 GW) e offshore (117 GW), alto potencial para energia solar (643 GW) e complementaridade diária solar + eólica = 50%/50%, uma condição ideal para a operação de eletrolisadores. Além disso, conta com mão de obra qualificada, com rede de ensino médio e superior apta a atender a demanda da nova cadeia produtiva e também condições fiscais e administrativas confiáveis, através do benefício fiscal concedido pelo PIER (Programa de Incentivos a Cadeia Produtiva de Energias Renováveis).