Capítulo especial homenageia Geopark Araripe

Em 2015, o patrimônio recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Geoparque Mundial Unesco
20:13 | 11 de ago de 2019 Autor: Joelma Leal

Sinônimo de rigor, qualidade e tradição na literatura estadual, o Anuário do Ceará 2019-2020 já tem lançamento marcado: próxima segunda-feira, 12, às 19h30min, no Lulla's Plazzá. Com quase 150 anos de circulação, a publicação é a mais antiga no Estado. Nesta edição, além do tradicional conteúdo sobre economia, política, cultura, entre outros assuntos, o livro traz um capítulo especial que homenageia o Geopark Araripe.

Considerado o primeiro da América Latina e do Caribe, o geoparque ocupa uma área de aproximadamente 5.000 quilômetros quadrados (km²) e abriga registros geológicos do período Cretáceo, com fósseis de seres que habitaram a região entre 120 milhões a 100 milhões de anos atrás. O patrimônio se estende pela Bacia Sedimentar do Araripe, ocupando os municípios cearenses de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda e Santana do Cariri, e também os estados de Pernambuco e Paraíba.

Assinado pelo jornalista do O POVO Nut Pereira, o capítulo percorre a história do geopark, desde a formação da Bacia do Araripe há 150 milhões de ano, passeando pelos geossítios que integram o patrimônio, destacando também os potenciais turísticos, econômicos, ambientais e culturais da região.

"O Geopark Araripe não faz parte de uma estratégia isolada, mas de uma estratégia global que tem o objetivo de preservar territórios que tenham uma importância paleontológica, ambiental e cultural significativa. Então, é um motivo de muito orgulho pra nós ter isso aqui no Ceará, porque atualmente, no Brasil, nós somos os únicos que temos um geoparque reconhecido pela Unesco", explica Nut.

Em 2015, o patrimônio recebeu da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Geoparque Mundial Unesco.

Allyson Pinheiro, presidente do Comitê Científico do Geopark e diretor do Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca), diz-se ansioso pelo lançamento da publicação, que, para ele, também é um reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido.

"Vejo (a homenagem) como um reflexo do caminhar do Geopark Araripe ao longo desses 12 anos de existência. Acho que se a gente está tendo essa publicação quer dizer que hoje a gente tem uma difusão sobre o que ele é", avalia o diretor.

Conforme Allysson, que também é professor da Urca, o Geopark Araripe é um projeto de desenvolvimento regional sustentável, destinado "a preservar a região mas também desenvolver da forma mais racional e inclusiva possível".

"Quem vive lá, precisa saber que está num território Unesco, que é um território diferente, com características únicas, que ele não vai encontrar coisa parecida em outro lugar do mundo", acrescenta.


Texto: Isaac de Oliveira/O POVO