Caboclinhos viram patrimônio cultural imaterial do Brasil

Os caboclinhos foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan
19:02 | 05 de dez de 2016 Autor: Joelma Leal
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Os caboclinhos são classificados pelos brincantes como uma homenagem aos primeiros habitantes do Brasil

Os caboclinhos, expressão da cultura popular de tradição centenária sobretudo em Pernambuco, foram reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O registro foi aprovado pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do órgão, em Brasília.


Cultura presente também no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Alagoas e Minas Gerais, os caboclinhos são classificados pelos brincantes como uma homenagem aos primeiros habitantes do território que veio a se chamar Brasil. Os grupos – alguns com mais de 100 anos e ainda ativos – se apresentam nas ruas – principalmente no carnaval - vestidos com penas e pedrarias, em uma releitura carnavalesca dos trajes indígenas tradicionais, e dançam com agilidade os diferentes toques que representam temas de rituais da população indígena.


“Tem o toque de guerra, que é a preparação para o combate; o de perré, para pedir a chuva; o de baião, que é mais festivo, usada para comemorar qualquer coisa que a tribo quisesse; e o toré, que tem um aspecto religioso”, ensina o presidente do Clube Carnavalesco Tribo Indígena Tupã, do Recife, e secretário da Associação Carnavalesca dos Caboclinhos e Índios de Pernambuco (Accipe), Amauri Rodrigues de Amorim.


Como o próprio nome indica, a reverência ao caboclo (tanto o brasileiro filho de índio e branco como a entidade presente na umbanda, por exemplo) está presente na brincadeira, assim como o culto à Jurema, árvore nativa do Norte e do Nordeste do Brasil considerada sagrada e base de um chá usado em rituais. A brincadeira também tem referência na colonização do território brasileiro.


Uma data marcante para os caboclinhos, quando geralmente ocorrem encontros estaduais do folguedo, é 30 de março. Em 1645, foi neste dia que ocorreu uma grande assembleia de povos indígenas na aldeia de Itapecerica, em Pernambuco, quando escolheram seus próprios representantes divididos em conselhos de vereadores e três regedores de territórios.



Com informações da Agência Brasil