Banco do Nordeste incentiva pesquisa de desinfetante para inativar vírus da Covid em locais públicos

O projeto encontra-se em fase de conclusão e deve ter patente depositada até o fim deste mês
19:09 | 14 de abr de 2021 Autor: Joelma Leal

Um desinfetante não tóxico aos seres humanos destinado à inativação do vírus SARS-CoV-2 (covid-19), em ambientes e locais públicos, será lançado, em breve, pela Ambiem Indústria e Comércio Ltda., empresa sediada em Lauro de Freitas (BA). O produto é produzido a partir microorganismos probióticos associados a ingredientes naturais.

A Ambiem foi selecionada, em 2020, no Edital de Apoio à Inovação para Combate ao Novo Coronavírus, lançado pelo Banco do Nordeste por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Inovação (Fundeci). O objetivo é fomentar o desenvolvimento de soluções que contribuam para pesquisa e inovação no combate à doença e aos seus efeitos sobre o sistema de saúde, do bem-estar social e produtivo.

Parceira de empresas presentes em 21 países com autorização para usar essa biotecnologia inovadora, desenvolvida pela EM Research Organization (EMRO), a Ambiem propôs, com os recursos não reembolsáveis oriundos do Fundeci, desenvolver e validar essa inovação no Brasil, permitindo minimizar a disseminação do vírus. Para tanto, foram realizados testes in vitro e em locais públicos. O projeto encontra-se em fase de conclusão e deve ter patente depositada até o fim de abril deste ano.

Experiência

Para Cid Simões, coordenador geral da Ambiem, "a ideia de associar os microorganismos a ingredientes naturais para inativar o SARS-CoV2 em ambientes e locais públicos partiu da premissa de que os microorganismos probióticos desenvolvidos pela empresa já são eficientes na inativação de outros patógenos, e, ao contrário do álcool e do cloro, cria uma camada protetora contra o vírus mais permanente, além de poder ser aplicado em ambientes públicos de forma segura".

Segundo Cid Simões, "a urgência global em socorrer as vítimas da covid-19 e produzir a vacina, deixou pesquisas no âmbito da manipulação do vírus na lista de espera. Neste contexto, acrescentou "o incentivo do BNB/Fundeci foi fundamental para a pesquisa, viabilizando todo o processo de desenvolvimento e montagem do laboratório, além de ajudar a manter a equipe de pesquisa durante o projeto".

Criada em 2008, a Ambiem tem o objetivo de desenvolver biotecnologia sustentável e de baixo custo e gera 18 empregos diretos e mais de 60 indiretos.

O edital

O edital BNB/Fundeci, lançado em abril de 2020, destinou recursos, no valor de R$ 5 milhões, para micro, pequena e pequena-média empresas, a título de subvenção econômica e em caráter não reembolsável, com objetivo de apoiar projetos voltados para o desenvolvimento de soluções que possibilitem diagnóstico rápido da covid-19 a custo competitivo, de produtos que contribuam para o
tratamento da doença, a exemplo de respiradores artificiais, bem como de soluções que ajudem a otimizar protocolos de atendimento a pacientes, como softwares, hardwares, aplicativos, dentre outros.


Incluiu-se também o desenvolvimento de ferramentas que permitam, de forma remota, o diagnóstico, tratamento e prevenção da doença, proporcionando escalabilidade neste tipo de atendimento. E como forma de reduzir a capacidade de proliferação da covid-19, estão abrangidas tecnologias voltadas para limpeza e desinfecção de áreas de trabalho, ambientes hospitalares e residências, incluindo equipamentos e centrais de ar-condicionado.