O POVO 90 anos

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Capítulo Especial 2018-2019

O POVO 90 anos


Em 2018, O POVO completa nove décadas de vida, e o Anuário do Ceará dedica seu capítulo especial a percorrer a história do jornal mais influente do Estado. Por meio de vasta pesquisa documental nos arquivos do O POVO.doc, a unidade de geração de conteúdo e preservação da informação do Grupo O POVO, além de entrevistas e memória iconográfica, trazemos uma síntese da história e um enunciado dos projetos em curso.


Origens

Nunca Será Demais o Novo


O ideal do jornalista Demócrito Rocha balizou a ousadia. O espaço que dispunha no jornal O Ceará não era mais suficiente para o que precisava ser dito. Era preciso ampliar as vozes e bater de frente com as oligarquias que se instalaram no Governo. Àquela época, as combativas colunas do jornalista contra os apontados desmandos do governo de Moreira da Rocha já tinham lhe rendido ameaças e até covardias, como o dia em que foi agredido a murros e chutes no Centro de Fortaleza por 12 policiais armados. Era uma reação à palavra. Os insultos, porém, não o paralisaram. Havia muito a dizer.


Em um sobrado na Praça General Tibúrcio, a Praça dos Leões, as primeiras edições do O POVO ganharam as ruas de uma Fortaleza ainda pequena e atrevida pelos costumes europeus, marcados pelos desígnios da Belle Époque. Era 7 de janeiro de 1928 quando o vespertino rompeu os muros da redação e se instalou em ruas, bancos de praça e mãos de gazeteiros.


Ao preço de 200 réis, a ousadia do início tinha 16 páginas impressas em maquinário francês. Nas folhas, notícias de cá, notadamente sobre a política, mas também informações do mundo inteiro — sobre o conflito entre a Polônia e a Lituânia, a cotação da borracha e a inundação do Tâmisa. Ainda tinha espaço para as rimas dos cordéis de Leandro Gomes de Barros e para o artigo do jornalista Jáder de Carvalho e também de uma jovem escritora chamada de Rita de Queluz, pseudônimo que deixava esconder Rachel de Queiroz.


Na primeira página, o jornalista Júlio Ibiapina, diretor do então consolidado jornal O Ceará, expunha a confiança que depositava nas páginas do recém-inaugurado periódico. Demócrito Rocha, o fundador, já no primeiro editorial, apresentou um manifesto sobre o jornalismo e a liberdade — de comunicação e também do seu povo. “Contrariamente ao pensamento de muitos, nunca será demais um novo jornal.”


Em nove décadas de descobertas, O POVO narrou e desdobrou acontecimentos marcantes para a história do Ceará, sem esquecer os fatos relevantes ocorridos no Brasil e nos outros países do mundo. Em sua trajetória, acompanhou a ascensão e a queda de governos e regimes. Noticiou e superou a quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929.


Pelas páginas do jornal, os cearenses e suas lutas foram retratados. Ao longo dos anos, apresentou a estiagem e o flagelo do sertanejo na convivência com a seca, mas também apontou caminhos de superação. Cobrou e acompanhou a construção de açudes importantes, como o Orós e o Castanhão, assim como encampou bandeiras de desenvolvimento do Nordeste, a exemplo da instalação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), este último em Fortaleza.


A escolha do nome por “concurso popular” idealizado por Demócrito Rocha já era a pista de que a participação social seria um trunfo. A opção pela pluralidade de pensamentos fez do periódico um espaço de debates para as mais diversas vozes e tons.


A história do O POVO pode ser contada pelo que foi publicado em suas mais de 30 mil edições, mas não é só essa a marca. O negócio se expandiu, assim como as vozes pretendidas pelo fundador. Se naquele 1928, o jornal bastava, hoje a tecnologia impõe novas formas de dizer. Ao longo dos anos, pelo rádio, TV e Internet. Ao projeto de Demócrito Rocha, incorporaram-se outras formas de dizer. O projeto pessoal do jornalista, iniciado há 90 anos, consolidou-se no tempo como um grupo de comunicação cuja marca é a inquietude da inovação.


Como um farol, o projeto traçado pelo jornalista Demócrito Rocha e expresso em seu primeiro editorial apontou para o futuro — onde nós estamos, mas também aonde pretendemos chegar. “O povo necessita de mais gritos que o estimulem, de mais vozes que lhe falem ao sentimento”, escreveu o jornalista.


Nas próximas páginas, você vai acompanhar como a reinvenção chegou ao O POVO ao longo de 90 anos. Como o jornal que se fez grupo de comunicação trafega em suas multiplataformas e modos de dizer.


Inovação

A Força da Reinvenção


Um jornal se alimenta de notícias, múltiplas visões de mundo, análises e, também, de inovações. Afeito às mudanças, O POVO nunca foi um jornal acostumado com o que se produz a seu tempo. Ele sempre quis mais. A atualização de procedimentos e conteúdos fica evidente quando se investigam as mudanças empreendidas pela equipe do jornal ao longo das nove décadas de circulação do periódico. Na fase mais moderna, contando a partir de 1997, foram oito reformas gráficas aplicadas no impresso, algumas delas incluindo redesenho editorial.


A mais recente ocorreu em janeiro de 2018, dentro das comemorações dos 90 anos. Ela se consolidou como uma reforma gráfi co-editorial, provocando transformações não apenas na forma como o conteúdo é apresentado aos leitores, mas também no modo como se pratica o jornalismo na empresa. Um dos objetivos centrais da mudança foi garantir a boa experiência de leitura, ao modifi car o formato e reforçar compromissos com conceitos jornalísticos, sobretudo ao tempo em que as notícias falsas se tornaram pauta mundial.


A NOVA REFORMA DO JORNAL ADOTOU O FORMATO BERLINER AOS DOMINGOS, A EXEMPLO DE VÁRIOS JORNAIS DE PRESTÍGIO DA EUROPA, COMO LE  ONDE (FRANÇA) E EL PAÍS (ESPANHA)


“É desafiador o momento atual que vivemos na indústria da comunicação. Tudo parece estar em uma constante transformação. As pessoas continuam consumindo informação, mas questionamos de que maneira, por qual plataforma, com qual nível de exigência, quem são as referências”, contextualiza a diretora-executiva da Redação, Ana Naddaf. Segundo ela, era preciso reforçar o que O POVO carrega como marca desde a sua fundação.


Portanto, o redesenho, ainda que privilegiasse também a estética, entendendo o gráfico como parte do processo, era preciso lançar olhar principalmente para o conteúdo. Isto passa pela reestruturação da equipe de jornalistas, a logística da produção de notícias e, finalmente, o produto final oferecido aos leitores. “Um produto vitalizado editorialmente, influente e sintonizado com os desejos de quem nos lê, nos acessa, nos ouve, enfim, consome notícia”, resume a jornalista.


capa jornal o povo
NOVO PROJETONo dia 18 de janeiro de 2018, O POVO estreou o novo projeto gráfico-editorial que marcou a efeméride das nove décadas de mercado

NOVO PROJETO
No dia 18 de janeiro de 2018, O POVO estreou o novo projeto gráfico-editorial que marcou a efeméride das nove décadas de mercado


A transformação do jornal tomou como base cinco pilares que orientam toda a produção jornalística do Grupo: o furo, a análise, a síntese, o conhecimento e o prazer. Esse pentágono foi o balizador das mudanças empreendidas na Redação no último ano e também na forma como o conteúdo chega aos leitores.


Como resultado de um ano de intensa discussão, O POVO aplicou o projeto. Como parte do diferencial, passou a privilegiar espaço para grandes reportagens e alguns assuntos-chave foram verticalizados, como segurança, saúde, educação, mobilidade urbana, infraestrutura, negócios, política estadual e municipal. O Núcleo de Reportagens Especiais passou a se chamar Núcleo de Investigação e foi ampliado. Passou a contar com cinco repórteres.


Sob a coordenação da jornalista Fátima Sudário, o grupo é responsável por trazer repercussões de notícias factuais, desdobramentos de apurações já realizadas pelo O POVO e trabalhar conteúdos exclusivos.


Ainda no novo projeto, a área de cultura e entretenimento passou por reformulações estratégicas. O Vida & Arte se transformou em uma grande plataforma cultural que expande sua cobertura e trafega por linguagens que vão para além do impresso. Hoje, a marca se consolida em outros suportes e linguagens, como aplicativo de celular, programa de rádio, eventos culturais e intensa participação no online.


O VIDA & ARTE DEIXOU DE SER APENAS A MARCA DO SEGUNDO CADERNO PARA SE TORNAR UMA PLATAFORMA CULTURAL TAMBÉM NA WEB E NO RÁDIO


Entre as inovações mais ousadas da última reforma gráfico-editorial do O POVO está a mudança do formato do caderno dominical. Após quase três anos em circulação, o DOM surge repaginado sob o formato berliner (27cm X 41cm), com o objetivo de aprimorar a experiência de leitura dos consumidores. Equilibrando o status do standard e a praticidade do tabloide, o formato é comum na Europa, em publicações como Le Monde (França), La Repubblica (Itália), Expresso (Portugal) e El País (Espanha). O berliner tem a mesma base de um tabloide, mas com cerca de 10 cm a mais de altura, o que exprime o charme e demonstra a versatilidade do material.


Alinhado às mais recentes discussões sobre as notícias falsas (fake news), o jornal é o único veículo de comunicação do Norte e Nordeste a participar do Projeto Credibilidade, do Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor). Trata-se de um consórcio de mídia que promove o jornalismo confiável e de qualidade. É inspirado no The Trust Project, com jornais do mundo inteiro e o Google Lab.


Ademais, como forma de confirmar o compromisso com os leitores, mantém canais ativos de contato com a audiência como o Conselho de Leitores. Ao lado da Folha de S.Paulo, são os dois jornais brasileiros que mantêm a função de ombudsman. No O POVO, responsável por estabelecer comunicação direta com a audiência não só do jornal, mas de outras plataformas do Grupo.


Para Ana Naddaf, estes são sinais de que a responsabilidade do O POVO com o leitor permanece. “Estamos reforçando um compromisso com o nosso público. O de continuar produzindo um conteúdo jornalístico relevante e renomado, com um design atraente e ousado. Isso permeia todos os suportes.”


O Domínio do Digital e das Novas Tecnologias

O Domínio do Digital e das Novas Tecnologias


O POVO chegou aos meios digitais ainda em 1997. Foi um dos pioneiros na migração das notícias publicadas no impresso para a Internet, quando o mercado ainda se adaptava ao meio. Pouco tempo depois, O POVO Online não ficou cingido à migração do conteúdo do jornal impresso. Já nos anos 2000, passou a produzir conteúdos específicos para o consumo na web.  Foi quando o site do jornal virou portal de notícias.


Para aprimorar esta relação, O POVO Online passou por uma recente mudança no conteúdo e na forma para garantir uma melhor experiência de leitura. Elas entram no contexto de reformulação proposta para os veículos de comunicação do Grupo, com a chegada dos 90 anos. Todo o projeto do novo portal foi pensado e executado pelo setor de desenvolvimento da própria empresa.


“Antes a gente contratava pessoas para desenvolverem páginas e aplicativos para o Grupo, mas nem sempre o resultado era interessante. Agora é diferente porque a gente entende o nosso leitor e sabe o que ele precisa”, afirma a gerente de tecnologia do O POVO, Maria Fernandes. Ela diz que a mudança no portal não deveria abranger apenas a atualização do layout. Era preciso desenvolver páginas que pudessem estruturar melhor o conteúdo produzido, valorizando a experiência do usuário como diferencial.


O POVO ONLINE COMPLETOU 21 ANOS EM 2018 E PASSOU POR REFORMULAÇÃO BASEADA NO CONCEITO DE UX DESIGN, MIRANDO NOS CONSUMIDORES


O projeto foi desenvolvido baseado nos conceitos de UX Design, que privilegia os consumidores na criação e execução de sites, aplicativos móveis e outras plataformas digitais. Isso melhora a forma de ler e acompanhar as informações disponibilizadas e também fideliza o usuário. No ar desde março de 2017, o novo portal O POVO Online demandou a realização de seminários com colaboradores do desenvolvimento, testes e — o principal — a avaliação de leitores do portal.


Ao longo de todo o processo de criação, usuários frequentes da página foram convidados a participar de testes dirigidos para apontar falhas no projeto, sugerir mudanças e adaptações que garantissem a melhor experiência. O resultado foi um projeto que valorizou o consumo de notícias pela versão mobile, onde há o maior número de acessos.


Também como forma de melhorar a experiência dos usuários, hoje o portal segue a política de que os leitores tenham acesso às notícias com apenas dois cliques. Para isso, os caminhos que levavam o consumidor até a notícia foram encurtados. As informações foram estruturadas em três grandes canais (Notícias, Esportes e Divirta-se) e foi criado um novo, o canal Vida & Arte, com foco nos serviços.


A RÁDIO O POVO CBN É LÍDER EM AUDIÊNCIA NO SEGMENTO ALL NEWS. COM GRADE LOCAL EM DESTAQUE


“Criamos um núcleo específico para Agenda. Com redesenho da navegação, ampliamos nosso leque de cobertura nos eixos de cinema, restaurantes, espetáculos, festa e exposições”, afirmou na apresentação do projeto o diretor-adjunto da Redação, Erick Guimarães. Para este canal também foi desenvolvido um aplicativo próprio que funciona como um guia para as atrações da Cidade.


Após esta experiência, o setor de desenvolvimento do Grupo agora permanece criando diversas soluções de mídias digitais para projetos e outros serviços da empresa. Sites, aplicativos e demais plataformas estão no escopo de atuação do setor.


A presença do Grupo está também nas redes sociais e em projetos de estratégia digital, que levam a expertise para clientes de conteúdo customizado.


TV e Rádio

A Produção Local


TV O POVO Programaçãolocal de conteúdo educativo é uma das marcas da emissora

TV O POVO Programação
local de conteúdo educativo é uma das marcas da emissora


Os conteúdos locais são prioridade da TV O POVO. Em 2018, selecionou sete projetos audiovisuais de obras ficcionais e documentais de produtoras independentes para ser exibidos na programação. Obras escolhidas e financiadas pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Indústria Audiovisual, do Fundo Setorial do Audiovisual da Agência Nacional do Cinema (Ancine). Edital destinado a produtoras com sede no Ceará.


Concluída a fase de seleção, as empresas têm prazo de um ano e seis meses para executar os projetos. A previsão é de que o resultado seja exibido na programação da TV O POVO até o fi m de 2019. Ainda em 2018, será lançado um segundo edital com o objetivo de financiar outras produções locais.


ENSINO A DISTÂNCIA É UMA ÁREA DE EXPERTISE DA FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA, POR MEIO DA UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Filiada ao Canal Futura, a união entre as duas emissoras não fica restrita apenas à retransmissão de sinal, mas consolida a integração entre as fundações Roberto Marinho e Demócrito Rocha, ambas com décadas de experiência no setor da educação. “Esta união é mais que uma parceria da produção audiovisual É uma aproximação institucional. Temos vários produtos que estamos desenvolvendo juntos que vão além da produção audiovisual”, afirma Marcos Tardin, diretor da Fundação Demócrito Rocha. A entidade sem fins lucrativos, com 35 anos de atuação, desenvolve projetos de Educação a Distância, por meio da Universidade Aberta do Nordeste (Uane), e mantém as Edições Demócrito Rocha. A parceria vai alcançar essas outras funções da entidade.


Tardin também é da equipe responsável por gerir as emissoras de rádio mantidas pelo Grupo, a rádio O POVO CBN e a Mucuripe FM. A primeira é líder no segmento de notícias no Estado, afiliada à emissora do Sistema Globo de Rádio. A Mucuripe é uma rádio musical. As duas emissoras passam por processo de modernização e vão apresentar novidades e mudanças na grade ao longo de 2018.


Um Mercado de Oportunidade

Um Mercado de Oportunidade


André Filipe Dummar (o mais alto) comanda as operações do LAB 282, a unidade de produção de conteúdos customizados

Laboratório de Soluções

O desenvolvimento de conteúdo e a criação de estratégias de comunicação para clientes estão no campo de atividade do O POVO. Com foco na expansão de novos negócios, o Grupo passou a oferecer o serviço para empresas que pretendem se conectar com o público e atrair resultados. Tendo como base o conceito de marketing de conteúdo, O POVO mantém um laboratório de inovações com profissionais multidisciplinares que desenvolvem conteúdos customizados nas mais diversas plataformas.


Em funcionamento externo à redação do jornal e das outras mídias do grupo, o LAB282 é responsável por desenvolver produtos editoriais, customizados e da marca O POVO, como: revistas, cadernos especiais, canais digitais, vídeos, produções fotográficas, ações de Live Marketing e projetos multiplataformas em geral. O serviço é oferecido para empresas que objetivam se conectar com seus clientes por meio do conteúdo.


O LAB 282 É RESPONSÁVEL PELA PRODUÇÃO DE REVISTAS E PROJETOS

DE CONTEÚDO CUSTOMIZADO


“A unidade nasceu como Núcleo de Conteúdo & Negócios, com foco em revistas e cadernos impressos. Hoje, é um verdadeiro laboratório para o Grupo de Comunicação O POVO, com o desenvolvimento de produtos editoriais e equipe multifuncional”, destaca a editora-executiva de conteúdo, Adailma Mendes. O LAB282 surgiu da ampliação do Núcleo de Revistas do Grupo, com foco em projetos que sejam disruptivos.


“Queremos ressignificar a perspectiva do conteúdo, apresentando-o como algo democrático. Todas as pessoas e as marcas podem oferecer conteúdos de qualidade para sociedade e para seus públicos-alvo”, amplia o gerente-geral do LAB282, André Filipe Dummar. De acordo com ele, o laboratório surge focado em várias estratégias de diversificação dos negócios do Grupo. “De um núcleo de revistas, nós nos transformamos em um grande movimento, com um portfólio de produtos alargado e focado na inovação.”


Desde agosto de 2017, o laboratório funciona com seis núcleos responsáveis por serviços como a estruturação de projetos especiais, a produção de conteúdos customizados e o desenvolvimento de inteligência competitiva. Esta última é uma das chaves da mudança empreendida pelo setor. Com ela, o conteúdo passou a ser trabalhado de uma maneira mais eficiente no digital, possibilitando aos clientes ter uma estratégia digital própria.


A área também, desde o redesenho do O POVO no início do ano, foi responsável por acolher a nova fase do Núcleo de Conteúdo & Negócios, que está focado na produção de conteúdo especializado para os segmentos de imóveis, automóveis e carreiras.


Populares

Negócios com Conteúdo


POPULARESUma decisão estratégica do O POVO se tornou um case nacional, já apresentado em Webinário da Associação Nacional de Jornais (ANJ): os Populares passaram a publicar conteúdo editorial

POPULARES
Uma decisão estratégica do O POVO se tornou um case nacional, já apresentado em Webinário da Associação Nacional de Jornais (ANJ): os Populares passaram a publicar conteúdo editorial


A marca Populares é tão consolidada no mercado quanto a do próprio jornal. Os anúncios classificados, que popularizaram a forma de anunciar no jornal impresso, começaram a circular encartados no O POVO em 1938. Acompanhando o percurso do próprio jornal, o serviço também evoluiu ao longo dos seus 80 anos de publicação, mas atinge o seu auge agora.


Desde 2014, os Populares passam por uma série de modificações que começaram com a extensão na plataforma digital. Se antes os consumidores só teriam acesso ao serviço na versão impressa, a partir daquele ano puderam encontrar o que procuravam em páginas da web. A mudança também conseguiu alcançar os anunciantes, que ampliavam a exposição da sua marca.


“Iniciamos um verdadeiro reposicionamento da marca. Lançamos nova identidade, ficamos mais modernos, reformulamos a parte gráfica, mas precisávamos ir além”, complementa o gerente comercial dos Populares, Lucas Dorini. Acompanhando as mudanças empreendidas pelo redesenho do O POVO, o serviço também apresentou uma nova forma de anunciar e de consumir os anúncios.


A ESTRATÉGIA PARA O POPULARES, O CADERNO DE CLASSIFICADOS, DE EDITAR CONTEÚDOS EDITORIAIS AFINS DAS OFERTAS, VIROU CASE NACIONAL


A partir de janeiro de 2018, o caderno de anúncios de linha passou a se atrelar também ao conteúdo editorial especializado produzido pelo O POVO. Além da publicação diária com anúncios diversos, outros três produtos segmentados passaram a ser publicados aliando conteúdo editorial e os anúncios.


Isto foi proporcionado após a ampliação do Núcleo de Negócios. O setor, desde o redesenho do jornal, absorveu a produção de conteúdo com foco nos segmentos de automóveis, imóveis e carreiras, associando-os à marca Populares. Os cadernos POPVeículos, POPImóveis e POPEmpregos&Carreiras, além de classificados específicos para cada segmento, trazem ainda reportagens e prestação de serviço voltadas para os temas. O suplemento Populares passou a ser também um caderno de conteúdo. É nele onde O POVO publica a programação de cinema de Fortaleza.


O BPOP É UMA NOVA FRONTEIRA COMERCIAL COM FOCO EM PEQUENAS E MICRO EMPRESAS QUE OFERECE FERRAMENTAS DE INTELIGÊNCIA DE MERCADO


Antes disso, o setor já havia lançado o Business Populares (BPOP), um ativador de negócios criado para mapear clientes em potencial e impulsionar as vendas, com foco em micro e pequenos empresários. Opera a partir de um site próprio criado para a marca contratante. Ao contratar o serviço, a empresa passa a ter uma página virtual e a acessar informações exclusivas sobre o perfil de quem procura o serviço oferecido por ela na web.


Funciona assim: o BPOP registra informações sobre cada consumidor que acessar o site da empresa ou simplesmente ligar para o local. O sistema guarda os dados do cliente, permitindo que o empresário, entre outros benefícios, saiba de onde vem a sua demanda e quais os interesses dos consumidores.


Base em São Paulo

Foco no Mercado Nacional


O POVO mantém desde maio de 2017 um escritório em São Paulo, com equipe própria. A ideia é aproximar e agilizar processos com agências de publicidade nas regiões Sul e Sudeste, além de prospectar clientes para projetos customizados com foco no mercado nacional.


O diretor de mercado nacional do Grupo, Fábio Toreta, diz que a proximidade ajuda a entender as necessidades das empresas nacionais que atuam no Ceará. “Sair simplesmente das soluções prontas de anúncio e também trabalhar com soluções customizadas de branded content nos diferentes meios e oferecer também soluções a partir de um relacionamento. Faz toda diferença”, analisa.


O ESCRITÓRIO DE SÃO PAULO OPERA AS AÇÕES COMERCIAIS DO GRUPO EM NÍVEL NACIONAL DESDE 2017, EM VEZ DE TERCEIRIZAR A TAREFA PARA BUREUAUS COLETIVOS


Conforme Toreta, o serviço consegue ajudar as empresas nacionais a agir localmente, entendendo a realidade do consumidor cearense e a melhor maneira de adaptar discursos. “Uma empresa tendo um acesso rápido, pessoal com o Grupo, vai ajudar a criar estas soluções que vão impulsionar o resultado deles. O Ceará tem uma característica específica na hora de fazer publicidade, de falar com o cliente dele, ele precisa de alguém que saiba o sotaque, conheça a cultura, e é isso que a gente está levando para estes clientes”, afirma.


Além de reforçar a equipe comercial, o escritório em São Paulo também conta com uma repórter como correspondente. A função é exercida pela jornalista Isabel Filgueiras. Ela tem a missão de prospectar pautas e apurar fatos que acontecem na região e que tenham relevância para o noticiário local.


Casa Azul Acelera

Casa Azul Acelera


Equipe Casa Azul
CASA AZUL A aceleradora do Grupo O POVO se posiciona em formato diferente das demais ao oferecer orçamento de mídia para as startups

Junto com a consultoria EloGroup, O POVO foi o primeiro grupo de comunicação do Brasil a montar uma aceleradora de startups. A ideia é impulsionar o negócio de pequenas empresas com orientações de modelo de negócio e conexões de mercado.


Ao todo, cinco startups estão abrigadas na aceleradora Casa Azul. “A Casa Azul Ventures é o braço de inovação do Grupo. Através dela, a gente testa, conecta e penetra em novos negócios nessa área de tecnologia”, demarca Marcos Tardin, diretor responsável.


ACELERAÇÃO DE UMA STARTUP DURA EM MÉDIA DOIS ANOS: É O NEGÓCIO DA CASA AZUL


Todas as startups que têm acesso ao serviço recebem orientações de especialistas da EloGroup necessárias para o desenvolvimento do negócio. Já O POVO oferece às empresas a possibilidade de avançar dispondo de suas conexões de mercado e de público.


Além de mentoria de marketing, mídia, apoio jurídico, inovação, gestão e logística, as startups têm acesso à extensa rede de contatos das empresas que formam a aceleradora.


O DIFERENCIAL DA CASA AZUL ANTE AS DEMAIS ACELERADORAS DO MERCADO INCLUI AS CONEXÕES DO O POVO


O processo de aceleração dos negócios dura em média dois anos. Com modelo inovador para o Norte e Nordeste, a Casa Azul Ventures se propõe a  ser uma aceleradora de startups diferente das demais. Isso porque não há aporte de recurso fi nanceiro direto, mas sim de alavancas de negócios. Por exemplo, cada startup que participa da Casa Azul recebe um orçamento de mídia para usar nos veículos de comunicação do O POVO.

Em 2018, as startups da Casa Azul são: Caixa da Cegonha, Chatbot Maker, Urbis, Mercadapp e Bora2Brasil. Com estas marcas, a aceleradora atua em cinco áreas: nova geração de mídia (marketplace, novas formas de conteúdo, e-commerce etc.), tecnologia de mídia (games, realidade virtual etc.), plataformas de consumo, Big Data e Internet das Coisas (IoT).


Presidente

Luciana Dummar


ELA É DONA DE JORNAL, MAS SE IDENTIFICA MAIS COMO EDITORA.  COMANDA PESSOALMENTE AS INOVAÇÕES EDITORIAIS DESDE QUE ASSUMIU A PRESIDÊNCIA. LUCIANA DUMMAR DIZ O QUE PENSA SOBRE INOVAÇÃO, PASSADO E FUTURO.


O que significa inovar para a senhora?

Inovação é dessas palavras que fazem uma ponte entre passado e presente. E, nesse transitar entre um e outro, eu me encontro, uma vez mais, com meus antecessores: tia Albanisa Sarasate, por exemplo, uma das mulheres mais fortes que conheci meu pai, Demócrito Dummar, um dos homens mais íntegros com quem convivi. Eles prepararam uma carta de navegação que seguimos até hoje, e aprimoramos, atravessando tempestades, mantendo o controle do barco e resistindo. Já aportamos em muitos futuros nestes 90 anos: inauguramos uma TV, unimos o impresso e o digital; nos transformamos, seja no corpo ou no fazer jornalísticos, quantas vezes foi e é necessário para ser o melhor de nós. Estamos em mutação porque somos um organismo vivo, como entendeu meu pai desde sempre. E há muitos outros futuros aonde queremos chegar. Vamos, pelo sonho é que vamos navegando os próximos 90 anos. Sonhar também nos mantém vivos. E mudar, transformar-se, é viver. Inovação, para nós, é a conjugação do tempo.

De que maneira o trabalho iniciado há 90 anos por Demócrito Rocha ainda se reflete no que O POVO se tornou?

A liberdade é o nosso princípio fundamental. Porque é também um princípio humano. Somos livres e lutamos, com todas as nossas forças, para continuar livres. Conquistamos a liberdade vencendo os vendavais, envergamos sem quebrar e nos mantemos de pé. A cada tempo, sabemos um pouco mais do tamanho das nossas asas e da força para voar. E o jornal nunca deixou de ser a soma de coragens e de inteligências, é isso que impulsiona nossos voos. Queremos pousar nas permanências: encontrar todas as respostas e as muitas verdades, tantas quantas são os seres humanos. Continuamos nos encantando com a manufatura cotidiana da vida. E, se a vida é sagrada, o jornal, por ser extensão da vida que contamos, continua sagrado para nós.

O que a senhora sente quanto ao futuro?

Pensar e sentir regem o amanhã. O jornalismo nosso de cada dia une esses dois verbos tão, essencialmente, humanos. Mistura em algo único que vai ao encontro da inovação de que falamos: um detalhe, uma percepção, uma sensibilidade. Qualidade é o nosso diferencial. Tudo isso são nossas especiarias, que o leitor sente o sabor e reconhece: isto é O POVO. Reafirmo: este é o nosso DNA. E estamos falando de um jornalismo que ousa abarcar a dimensão do humano. Sempre sonhamos assim: grande. E sonhar, nos tempos de desesperança que cruzamos, já é uma ousadia. Sigamos. Seja qual for o futuro, vamos com aquela carta de navegação, herdada dos nossos antepassados: sabemos a direção da nossa tribo.


Permanente investigador do novo

Demócrito Dummar


Com olhos para o futuro, as novidades e os desafios no campo da comunicação não assustaram Demócrito Dummar (1945-2008). Pelo contrário: entusiasmavam o jornalista que se fez presidente do Grupo de Comunicação O POVO ao acompanhar os passos, desde muito jovem, da tia Albanisa Sarasate pelos corredores do jornal. Por lá, deu vazão aos sonhos e se pôs como continuador do ideal construído por sua família.


“Achamos que a vitalidade de um jornal, ou de qualquer outra arte humana, se dá a partir de pequenas e sucessivas mudanças — a maioria das vezes imperceptíveis a olhares atentos, mas imprescindíveis à emoção, à paixão, à alegria do nosso cotidiano que jamais pode se transformar em algo repetitivo, burocrático”, descreveu Demócrito no editorial da edição especial de 80 anos do O POVO, em janeiro de 2008. O jornalista encarava os desafios do novo como “capital essencial do presente”.


Talvez por isso, ao longo das quatro décadas em que esteve entranhado no O POVO, sendo 23 anos como presidente, ele tenha se permitido o exercício de sonhar com o mesmo vigor que executava projetos e novas formas de enxergar o futuro. O último deles foi ter colocado no ar um sonho que guardava há tempos: a TV O POVO. Mas, assim como tudo pensado por Demócrito, não era um sonho solitário, era um projeto coletivo.


“(Demócrito) frisava sempre, nossa TV, o jornal, todas são empresas públicas, pertencem ao terreno do que não é do Estado, nem é privado, é público. Demócrito nunca esmorecia com as picuinhas, as incompreensões, as misérias do Cearazim”, descreve o sociólogo Paulo Linhares, primeiro diretor de conteúdo da TV O POVO, em artigo publicado no caderno especial em homenagem à memória de Demócrito, em 2008.


Por entender os veículos de comunicação como impulsionadores destas ideias — coletivas, principalmente —, Demócrito transformou o jornal e as outras plataformas do Grupo em instrumento de formação, mobilização e pressão política. Foi um articulador de ideias e ações que miravam assuntos os mais diversos sempre com interesses de evolução coletiva: a democracia, a liberdade de imprensa, a defesa dos direitos humanos e, sobretudo, o desenvolvimento do Ceará e do Nordeste.


Algumas das bandeiras erguidas por Demócrito marcaram a trajetória do jornal, como a segurança hídrica do semiárido cearense — herança trazida como marca desde o fundador do jornal. Mas ele forjou outros sonhos. Defendeu a transposição do rio São Francisco, a instalação de refinaria no Ceará e a criação das Zonas de Processamento de Exportações (ZPEs), como forma de reduzir desigualdades regionais. Mas, sobretudo, tinha muito claro o papel do conhecimento como principal ativo a ser trabalhado.


Demócrito sabia o quão importante era lidar com as divergências. “Ele abriu as portas do jornal para que fosse expressa a pluralidade de pensamentos. Por interesse dele, você tinha no jornal desde pensamentos altamente conservadores até os mais progressistas. Demócrito deixava florescer para que, através do embate democrático de ideias, pudéssemos avançar”, descreve o jornalista Valdemar Menezes, editor sênior do O POVO.


Guardiã da Memória

Lúcia Dummar


Quando o jornalista Demócrito Rocha colocou nas ruas a primeira edição do O POVO, Lúcia Dummar — a mais nova das duas filhas — contava dez anos de idade. Ao lado da irmã Albanisa, um ano mais jovem, entregou flores para o pai como um reconhecimento pelo feito naquele janeiro de 1928. Estava estabelecida ali uma ligação com o empreendimento familiar que jamais seria desfeita.


Quis a vida que Lúcia se transformasse em uma verdadeira guardiã da história do maior orgulho de Demócrito Rocha. Diferentemente da irmã e da mãe, Creuza Rocha, que chegaram a dirigir diretamente o negócio da família, Lúcia Dummar tratou de preservar o nome, a trajetória e as ideias do patrimônio familiar. Abrigou, o quanto pôde, as edições impressas do jornal sob sua responsabilidade, assim como protegeu os acontecimentos na palavra que desfiava para quem quisesse ouvir, fosse na varanda refrescada pela brisa da Lagoa de Messejana ou na mesa de infinitos assentos.


MÃE DE DEMÓCRITO, AVÓ DE LUCIANA, LÚCIA DUMMAR ASSUMIU O PAPEL DE GUARDIÃ DA MEMÓRIA DO O POVO


Agregadora como o pai, Lúcia amealhou histórias, mas também amigos que encontravam nela a generosidade e o sorriso jamais esquecidos em 96 anos em que esteve na vida. Esse foi o sentimento que Lúcia transmitiu aos familiares que tocaram o negócio. “O jornal sempre foi feito por amigos. Por isso que eu digo: O POVO não morrerá jamais, pois nunca nos faltou um grande sentimento de camaradagem. E camaradagem  é uma energia que faz falta a muitas empresas”, contou nas Páginas Azuis, um dos espaços mais nobres do jornal, em 2006.


A jornalista e amiga Adísia Sá dimensiona a importância que as pessoas tinham na vida de dona Lúcia. A mesa de casa serve para metáfora. “Ela fazia almoços memoráveis. E quem chegasse tinha lugar na mesa dela. Desde o governador até pessoas mais simples”, refaz. Conforme a jornalista, a memória e o cuidado de dona Lúcia com O POVO foi responsável por manter vivo o ideal de empresa desde a fundação até hoje.


Ao longo de oito décadas, ela esteve atenta às mudanças e ousadias empreendidas pelo jornal.  Quase sempre serviu de conselheira, e também como farol, para os processos vivenciados pela empresa. Assim, atravessou os anos. Como hábito, preservou a leitura diária do jornal do qual não escapava uma página. “Ela lia de ponta a ponta a ponta, fazia comentários, ligava para os jornalistas”, rememora Adísia. Há cinco anos, dona Lúcia parou de folhear O POVO, mas o que ela guardou e ensinou permanecem como caminho desenhado para o futuro.


Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
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Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
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Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
Linha do tempo Presidentes e acontecimentos - O POVO 90 Anos
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Anuário do Ceará

O Retrato mais Tradicional e Atual do Ceará

Mais do que reunir informações sobre o Estado, o Anuário do Ceará é uma espécie de mapa que oferece informação para entender o Estado que se é e se projetar o que ele pretende ser. Em uma publicação robusta que atravessou mais de um século e meio, o Ceará é apresentado em informações econômicas, políticas, sociais, geográficas e culturais.


Em 2018, o Anuário do Ceará completa 15 edições sob os cuidados do O POVO. O Grupo foi responsável pela reformulação editorial da publicação cuja origem remonta a um Ceará ainda provinciano. Criado com o nome de Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial da Província do Ceará, a publicação foi pensada para servir como um guia de consulta do Estado. A primeira edição é de 1872. O Anuário do Ceará é, portanto, a mais antiga publicação do Estado em circulação. Apenas O POVO, com 90 anos de história, fica atrás da marca.


Ainda sob o comando do seu fundador, o comendador Joaquim Mendes da Cruz Guimarães, as primeiras edições eram recheadas pelos nomes e cargos de todos os funcionários públicos do Estado, mas também tinha espaço para páginas literárias. Foi assim até o fim da sua segunda fase, que tinha à frente João Câmara, cuja família ficou responsável pela publicação na passagem do século XIX ao XX.


No fim de 1920, já sob a orientação do editor Silveira Marinho, o livro passa a servir como um banco de dados estatístico do Estado, reunindo números e indicadores estaduais e dos principais municípios cearenses. Nas décadas seguintes, a publicação passa a ser comandada pelos intelectuais Raimundo Girão e Antônio Martins Filho, que fundou a Universidade Federal do Ceará (UFC). Na década de 1960, os jornalistas Lustosa da Costa e Dorian Sampaio assumiram a edição do Anuário, que ficou sob a responsabilidade do último até ser associada ao O POVO.


Foi em 2002 que a publicação deu início a sua fase moderna, após radical reformulação editorial e gráfica proposta pelo editor-geral à época, o jornalista Fábio Campos, que comandou a edição do Anuário do Ceará por 15 anos. Na estreia da nova fase, o Anuário foi publicado em formato de revista. Hoje, o Anuário do Ceará tem o jornalista Jocélio Leal como editor-geral e a jornalista Joelma Leal é a editora-executiva.


Ao voltar ao formato livro em 2004, a publicação ganhou mais verticalidade. Passou a ser o guia mais completo sobre informações políticas, econômicas e sociais do Ceará, com compilação e leitura de dados estatísticos e a publicação de pesquisas exclusivas. O capítulo sobre os municípios se tornou a principal fonte de consulta impressa sobre cada um dos municípios cearenses. Também aprofundou o raio x dos três poderes no Ceará, combinando serviço e transparência.


Parte da equipe do anuário do Ceará 2018-2019
Parte da equipe do Anuário do Ceará 2018-2019

Todos os anos o Anuário atualiza os dados dos municípios no Guia das Cidades, com a compilação única de informações sobre a história, geografia, infraestrutura, demografia e economia de todas as cidades do Estado. Na área econômica, dentre outros, números relacionados ao PIB e a balança comercial. A arrecadação e os indicadores da administração pública também ganharam destaque com a publicação, assim como a infraestrutura e o ensino superior do Estado.


Na área política, além de apresentar o perfil dos gestores do Executivo estadual e municipal, também traz um panorama do Legislativo cearense. Pesquisa anual mostra o ranking dos parlamentares mais influentes entre deputados estaduais, federais e senadores, a partir da avaliação dos próprios legisladores.


Outra inovação do livro para o mercado foi a pesquisa Anuário Datafolha Top of Mind, que mede as marcas mais lembradas pelos consumidores cearenses em 33 segmentos. A pesquisa, consolidada desde 2003, é um importante balizador do recall das marcas no Estado. A referida pesquisa ganhou vida própria e será lançada em produto exclusivo.


Ao longo de 15 edições da fase reformulada do Anuário do Ceará, a publicação se mostrou não só viva, mas fundamental para o mercado, a política e as instituições cearenses. Ao se aliar com a marca O POVO, as duas publicações mais tradicionais do Ceará se valorizaram pela capacidade de atravessar o tempo sem se conformar com o passado.


No discurso de lançamento da nova fase do Anuário, em 2002, o então presidente do Grupo de Comunicação O POVO, Demócrito Dummar, definiu a publicação como um empreendimento editorial que “nos aproxima do compromisso com a cearensidade”.


Em 2017, o Anuário ganhou versão web que vai além do conteúdo impresso. Utiliza recursos de Big Data para fazer a análise e curadoria de dados. Nesta edição, o jornalista Jocélio Leal assume como editor-geral da publicação, tendo como editora-executiva a jornalista Joelma Leal. Segundo ele, a equipe se reúne a cada edição para aprimorar forma e conteúdo. “O Anuário tem o desafio de não se repetir.”