Em uma análise da Balança Comercial brasileira em 2023, é possível constatar um crescimento de 1,7% nas exportações, totalizando US$ 339,6 bilhões. Por outro lado, as importações nacionais apresentaram uma forte queda de 11,7%, totalizando US$ 240,8 bilhões. O saldo entre as exportações e as importações, representado pela subtração (A)-(B), tem resultado positivo de US$ 98,8 bilhões. Veja a tabela:
A análise desses dados sugere um cenário de redução na demanda por produtos externos bem como um reflexo do crescimento da atividade econômica interna com o aumento das exportações.
Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro se destacam como protagonistas em participação nesse cenário. O estado de São Paulo é responsável por 20,9% das exportações brasileiras e 29,8% das importações. O estado do Rio de Janeiro é responsável por 13,5% das exportações e 10,7% das importações. Os estados de Mato Grosso, Minas Gerais e Pará se destacam com saldos positivos na balança comercial, com o montante superior a US$ 20 bilhões cada. E os estados do Amazonas e de Santa Catarina foram responsáveis pelos maiores déficits na balança comercial. Na contramão dos resultados nacionais, o Estado do Ceará apresentou um baixo desempenho na balança comercial, com queda de 13,1% nas exportações e queda ainda mais expressiva nas importações, de 35,6%. O valor das exportações alcançou o montante de US$ 2,03 bilhões, ao passo que as importações somaram o montante de US$ 3,1 bilhões, gerando um saldo negativo de US$ 1,1 bilhão no ano.
Cabe ressaltar, no entanto, que o déficit em 2023 foi menor do que o do ano anterior, de US$ 2,5 bilhões. O resultado da balança comercial cearense apresenta um desequilíbrio nas transações comerciais do Estado, com uma demanda por produtos importados superior às exportações, gerando impactos na economia local, a exemplo de saída de divisas. Apesar da queda nas importações, o Estado ainda apresenta uma dependência de produtos importados não acompanhada pelas exportações, refletindo um desaquecimento da economia local.
Por fim, o desempenho do comércio exterior cearense reflete uma participação de 0,6% nas exportações brasileiras, e as importações somam uma participação de 1,3% no cenário nacional. Esses resultados refletem uma perda do fluxo cearense no comércio exterior nacional e regional.
Os Top 10 produtos importados pelo Ceará em 2023 totalizam metade das importações do Estado. No topo do ranking está hulha betuminosa (12,9%), seguida de células fotovoltaicas (6,7%), outros trigos e misturas de trigo (6,5%), engrenagens e rodas de fricção (5%) e outros ácidos nucleicos (3,9%). Os demais produtos integrantes do Top 10, juntos, totalizaram 15% do total, variando entre 2,6% e 3,5% de representatividade.
O Estado do Ceará é um protagonista nacional e internacional na área de energias renováveis. Os avanços na produção de hidrogênio verde colocam o Brasil à frente de grandes potências mundiais no setor. O crescimento das importações de células fotovoltaicas, em termos monetários e no ranking de produtos importados pelo Estado, entre 2022 e 2023, reflete os avanços e o pioneirismo na cadeia de energias renováveis.
O tino empresarial cearense levou grandes empresas à bolsa de valores (B3) nos mais diversos setores, desde as de indústria tradicional — alimentícia, calçadista e têxtil — a empresas de setores em expansão, como as de telecomunicações e de energias renováveis. São empresas com governança bem estruturada, controles internos, posicionamento diferenciado e compartilhamento de informações, frutos de uma gestão planejada. Ao ingressar na bolsa de valores, a empresa recebe a confiança de investi- dores/acionistas ao mesmo tempo em que acessa capital barato para financiar seus investimentos.
Além dos benefícios para a própria empresa, a inovação trazida pelas companhias impulsiona o desenvolvimento econômico da sociedade com postos de trabalho, renda e estabilidade. Para isso, é necessária a canalização de recursos e sua conversão em investimentos produtivos e bem alocados, gerando crédito, produção e riqueza. As empresas do Ceará com capital aberto na B3 são M. Dias Branco, Brisanet, Aeris, Pague Menos e Hapvida.