Produção industrial no Ceará recua -0,8%, em maio

Na comparação com igual mês do ano anterior, principalmente por causa da pandemia, o setor industrial cearense recuou 50,8% em maio de 2020
12:26 | 08 de jul de 2020 Autor: Joelma Leal

Em maio de 2020,
a
produção industrial
cearense
teve variação negativa (-0,8%)
em
comparação com abril, na série com ajuste sazonal. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional.
O comportamento reflete, principalmente, o retorno à produção (mesmo que parcialmente) de unidades produtivas, após as interrupções geradas por efeito da pandemia de Covid-19.

Paraná (24,1%) e Pernambuco (20,5%) tiveram o crescimento mais acentuado, após acumularem recuos de 31,8% e 25,4% (respectivamente) nos meses de março e abril, seguidos pelo Amazonas (17,3%), que interrompeu três meses de taxas negativas consecutivas em que acumulou redução de 53,4%.

Por outro lado, Espírito Santo (-7,8%) apontou o recuo mais elevado em maio de 2020, terceiro mês seguido de queda na produção, com perda de 30,9% nesse período. Ceará e Pará, ambos com redução de 0,8%, também registraram taxas negativas nesse mês.

Na comparação com igual mês do ano anterior, principalmente por causa da pandemia, o setor industrial
cearense
recuou
50,8% em maio de 2020. Além do efeito-calendário negativo, já que maio de 2020 (20 dias) teve dois dias úteis a menos do que igual mês do ano anterior (22), observa-se a clara diminuição do ritmo da produção por conta da influência dos efeitos do isolamento social. Ceará (-50,8%) e Amazonas (-47,3%) assinalaram os recuos mais intensos.

As principais influências negativas no Estado vieram das atividades confecção de artigos do vestuário e acessórios (-96,1%), preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-94,1%) e fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-92,9%).

Por outro lado a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (16,5%) e fabricação de produtos alimentícios (3,1%) tiveram variação positiva em maio, ainda que desacelerando se comparado a abril.

No acumulado do ano, frente a igual período de 2019, também marcado pela pandemia, houve redução em 13 dos 15 locais pesquisados, com destaque para o Ceará (-21,8%), o Amazonas (-20,7%) e o Espírito Santo (-18,5%).

As
influências
mais negativa nas atividades
industriais cearenses foram a
fabricação de produtos têxteis (-44,4%) e preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-44,3%). A principal variação positiva ficou na fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (37,6%).

No
acumulado nos últimos 12 meses
,
doze dos 15 locais pesquisados assinalaram taxas negativas nesta comparação, mas 15 apontaram menor dinamismo frente aos índices de abril.
No
Ceará,
passando de -3,1% para
-7,9%.

A principal variação negativa veio de fabricação de produtos têxteis (-22,4%), já a principal variação positiva ficou na atividade de fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (40,5%).

No período abril-maio de 2020, devido à pandemia, o setor industrial intensificou a queda no ritmo de produção (-24,5%) frente ao observado no primeiro trimestre de 2020 (-1,7%) e permaneceu com o comportamento negativo presente desde o último trimestre de 2018 (-1,3%) em todas as comparações contra igual período do ano anterior.

Em termos regionais, 13 dos 15 locais pesquisados também assinalaram perda de dinamismo, com destaque para Ceará, que passou de -1,4% nos três primeiros meses do ano para -51,8% no período abril-maio de 2020, Amazonas (de -0,8% para -50,6%), Região Nordeste (de 4,3% para -28,0%), Bahia (de 7,0% para -23,4%), Pernambuco (de 5,8% para -20,9%), Rio Grande do Sul (de -5,1% para -31,7%), Paraná (de 2,5% para -24,0%), São Paulo (de -2,5% para -27,6%), Santa Catarina (de -5,2% para -29,6%), Rio de Janeiro (de 9,9% para -7,6%) e Espírito Santo (de -12,2% para -28,4%). Por outro lado, Pará (de -1,2% para 4,4%) apontou o principal ganho entre os dois períodos.