Falta de concorrência prejudica qualidade do asfalto no País, diz CNT

A situação em parte se explica pelo fato de a oferta do produto asfáltico ser dominada por apenas uma empresa, a Petrobras
14:49 | 23 de out de 2019 Autor: Anuário do Ceará

A Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que um dos motivos mais relevantes para a piora das rodovias brasileiras é a má qualidade do asfalto brasileiro.

Segundo a entidade, empresas que atuam em obras rodoviárias têm relatado piora na qualidade da matéria-prima deste derivado de petróleo
oferecida no mercado brasileiro.

Segundo o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, a situação em parte se explica pelo fato de a oferta do produto asfáltico ser dominada por apenas uma empresa, a Petrobras.

Em outro estudo, a
CNT mostra
os impactos da qualidade do asfalto sobre o transporte rodoviário. A
entidade denuncia que o preço do asfalto no Brasil acumulou alta de 108% entre setembro de 2017 e fevereiro de 2019, enquanto o preço do barril de petróleo subiu 33%.

Em tese, para a confederação, a cotação do cimento asfáltico de petróleo deveria acompanhar o preço do barril de petróleo.

Ainda segundo a CNT, falta no Brasil uma fiscalização mais eficiente da qualidade do asfalto de suas rodovias. Além disso, falta transparência de dados relativos à fiscalização do produto, no que se refere a suas especificações e sua distribuição.

Petrobras

Em nota, a Petrobras informa que produz e comercializa seus produtos asfálticos de acordo as especificações estabelecidas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Tais especificações foram estabelecidas na Resolução ANP nº 19 de 2005.

"Cumpre esclarecer que certificados de qualidade do produto são fornecidos em todas as vendas de asfaltos realizadas pela Petrobras", diz o texto.

A empresa explica ainda que os insumos asfálticos são commodities e, portanto, sua precificação deve obedecer "à lógica aplicável a produtos dessa natureza quando comercializados em economias abertas, acompanhando os preços do mercado internacional. Portanto, os preços de venda dos produtos asfálticos da Petrobras para as distribuidoras refletem as variações do mercado internacional e da taxa de câmbio".


Com informações Agência Brasil